Mulher diz que foi estuprada por PM que entrou em sua casa no Rio

A produtora musical também contou que teve dificuldades para registrar B.O: ‘Toda vez que eu reconhecia ele, trocavam de foto’

31/08/2020 16:24

Uma produtora musical de 31 anos afirma ter sido estuprada por um policial militar dentro do seu próprio apartamento. O caso ocorreu na última segunda-feira, 24, em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro. As informações são do G1.

A mulher, que não teve o nome revelado por questões de segurança, conta que assim que o PM entrou em seu apartamento, ele a imobilizou e começou a tirar a roupa dela, lamber seu pescoço, tocar seu seio com força e lhe penetrar com a mão. Segundo ela, o policial é o mesmo que havia atendido uma ocorrência no prédio dela na semana anterior.

Imagens de câmeras de segurança mostram PM dentro do prédio da vítima em Copacabana
Imagens de câmeras de segurança mostram PM dentro do prédio da vítima em Copacabana - Reprodução / TV Globo

“No momento em que ele entrou, ele me imobiliza. O corredor tem uma vala bem pequena na parede, que eu nunca me atentei. Só descobri ela da pior maneira possível”, contou a mulher.

Imagens de câmeras de segurança do prédio mostram o PM entrando no elevador do prédio da vítima no dia 24, dia em que a moradora diz que o crime aconteceu.

O caso está sendo acompanhado pela Comissão de Direitos Humanos da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro).

A produtora musical conta que no dia 17 teve uma discussão com uma vizinha do prédio. “Ela ligou pra polícia e ele foi o policial que nos conduziu para a delegacia”.

“Muita gente me pergunta porque eu abri a porta para ele. Mas eu pago imposto, eu trabalho pra caramba. Se eu não puder acreditar na polícia, vou acreditar em quem?”, desabafou.

A mulher também contou ao G1 que teve dificuldades para registrar B.O na 12ª DP (Copacabana). “O tempo todo eles fizeram pegadinhas para me testar e ver se eu estava mentindo. Toda vez que eu reconhecia ele, trocavam de foto. Aquilo foi muito humilhante”.

Depois de registrar a ocorrência, a mulher foi ao 19º BPM (Copacabana) para prestar queixa. Ela conta que os policiais a trataram bem e a levaram ao IML (Instituto Médico Legal). O laudo apontou vestígios de violência em ato sexual.

O que fazer em caso de estupro?

  • Cuide da sua saúde em primeiro lugar. Antes de se preocupar com as medidas legais é importante receber atendimento médico, se necessário. Existem centros especializados em saúde da mulher que costumam estar melhor preparados para os casos de violência sexual.
  • Chame a polícia ou vá até uma delegacia.
  • Será feito um boletim de ocorrência e você será encaminhada, em seguida, a um hospital para realizar exames e receber medicamentos para prevenir doenças sexualmente transmissíveis (como o HIV), além de receber a pílula do dia seguinte para evitar gravidez, caso já não tenha passado por atendimento médico.
  • O boletim de ocorrência logo após o crime é importante para que seja feito o exame de corpo de delito (realizado por um médico no Instituto Médico Legal — IML). Por essa mesma razão, não é recomendável que a vítima tome banho após o ocorrido, pois isso pode impedir a coleta de algumas provas importantes para a investigação e posteriormente para o processo criminal (ex: identificação da presença de sêmen o que pode auxiliar até na identificação do autor). Além disso, é importante guardar as roupas usadas no momento do crime para coleta de provas. O DNA do autor pode ser coletado destas peças de roupa, por exemplo.
  • Nos casos em que houve o uso de drogas como o “Boa Noite Cinderela” é importante que a vítima faça o Exame Toxicológico (através de exame de sangue e urina) em no máximo 5 dias após a ingestão. O ideal é fazê-lo o quanto antes possível.
  • Nunca se deve culpar a vítima pelo crime cometido contra ela. A culpa jamais será da vítima e pressão de amigos e familiares indagando sobre a roupa, comportamento, postura, circunstâncias corroboram para os altos índices de suicídio entre vítimas de estupro.

Saiba como denunciar um estupro.