Mulher diz que foi estuprada por PM que entrou em sua casa no Rio

A produtora musical também contou que teve dificuldades para registrar B.O: ‘Toda vez que eu reconhecia ele, trocavam de foto’

Uma produtora musical de 31 anos afirma ter sido estuprada por um policial militar dentro do seu próprio apartamento. O caso ocorreu na última segunda-feira, 24, em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro. As informações são do G1.

A mulher, que não teve o nome revelado por questões de segurança, conta que assim que o PM entrou em seu apartamento, ele a imobilizou e começou a tirar a roupa dela, lamber seu pescoço, tocar seu seio com força e lhe penetrar com a mão. Segundo ela, o policial é o mesmo que havia atendido uma ocorrência no prédio dela na semana anterior.

Imagens de câmeras de segurança mostram PM dentro do prédio da vítima em Copacabana
Créditos: Reprodução / TV Globo
Imagens de câmeras de segurança mostram PM dentro do prédio da vítima em Copacabana

“No momento em que ele entrou, ele me imobiliza. O corredor tem uma vala bem pequena na parede, que eu nunca me atentei. Só descobri ela da pior maneira possível”, contou a mulher.

Imagens de câmeras de segurança do prédio mostram o PM entrando no elevador do prédio da vítima no dia 24, dia em que a moradora diz que o crime aconteceu.

O caso está sendo acompanhado pela Comissão de Direitos Humanos da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro).

A produtora musical conta que no dia 17 teve uma discussão com uma vizinha do prédio. “Ela ligou pra polícia e ele foi o policial que nos conduziu para a delegacia”.

“Muita gente me pergunta porque eu abri a porta para ele. Mas eu pago imposto, eu trabalho pra caramba. Se eu não puder acreditar na polícia, vou acreditar em quem?”, desabafou.

A mulher também contou ao G1 que teve dificuldades para registrar B.O na 12ª DP (Copacabana). “O tempo todo eles fizeram pegadinhas para me testar e ver se eu estava mentindo. Toda vez que eu reconhecia ele, trocavam de foto. Aquilo foi muito humilhante”.

Depois de registrar a ocorrência, a mulher foi ao 19º BPM (Copacabana) para prestar queixa. Ela conta que os policiais a trataram bem e a levaram ao IML (Instituto Médico Legal). O laudo apontou vestígios de violência em ato sexual.

O que fazer em caso de estupro?

  • Cuide da sua saúde em primeiro lugar. Antes de se preocupar com as medidas legais é importante receber atendimento médico, se necessário. Existem centros especializados em saúde da mulher que costumam estar melhor preparados para os casos de violência sexual.
  • Chame a polícia ou vá até uma delegacia.
  • Será feito um boletim de ocorrência e você será encaminhada, em seguida, a um hospital para realizar exames e receber medicamentos para prevenir doenças sexualmente transmissíveis (como o HIV), além de receber a pílula do dia seguinte para evitar gravidez, caso já não tenha passado por atendimento médico.
  • O boletim de ocorrência logo após o crime é importante para que seja feito o exame de corpo de delito (realizado por um médico no Instituto Médico Legal — IML). Por essa mesma razão, não é recomendável que a vítima tome banho após o ocorrido, pois isso pode impedir a coleta de algumas provas importantes para a investigação e posteriormente para o processo criminal (ex: identificação da presença de sêmen o que pode auxiliar até na identificação do autor). Além disso, é importante guardar as roupas usadas no momento do crime para coleta de provas. O DNA do autor pode ser coletado destas peças de roupa, por exemplo.
  • Nos casos em que houve o uso de drogas como o “Boa Noite Cinderela” é importante que a vítima faça o Exame Toxicológico (através de exame de sangue e urina) em no máximo 5 dias após a ingestão. O ideal é fazê-lo o quanto antes possível.
  • Nunca se deve culpar a vítima pelo crime cometido contra ela. A culpa jamais será da vítima e pressão de amigos e familiares indagando sobre a roupa, comportamento, postura, circunstâncias corroboram para os altos índices de suicídio entre vítimas de estupro.

Saiba como denunciar um estupro.