Mulher é condenada a 30 anos de prisão por causa de aborto
Uma estudante de 19 anos foi condenada a 30 anos de prisão por ter feito um aborto. Evelyn Hernández engravidou após um estupro e não denunciou o caso porque ameaçaram a vida de sua mãe.
O caso, que exemplifica o machismo que envolve o tema, aconteceu em El Salvador e revoltou o país. “A condenação é injusta e vamos apelar. Este caso evidencia o preconceito que existe e com que atua o sistema judicial”, declarou Morena Herrera, da Agrupação Cidadã pela Descriminização do Aborto Terapêutico, Ético e Eugenésico (ACDATEE), à AFP.
A jovem foi condenada pelo suposto homicídio de seu filho recém-nascido em 6 de abril. Segundo a AFP, ela deu a luz durante um banho ao bebê de oito meses. Ela foi levada para o hospital, onde os médicos se deram conta de que havia passado por um parto e avisaram as autoridades.
Apesar da defesa da jovem alegar que a gravidez foi assintomática e que o bebê nasceu morto, a polícia determinou que a criança morreu de “pneumonia respirativa”.
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- El Salvador figura como uma das poucas nações do mundo que castiga com até 40 anos de prisão as mulheres que abortam, inclusive quando acontece por complicação na gravidez;
- Atualmente, outras 17 mulheres estão presas no país cumprindo penas de até 30 anos por causa de abortos;
- Em alguns casos, mesmo abortos espontâneos são caracterizados como homicídio pela Justiça do país.
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