Mulher é espancada após flagrar traição do marido
'Subiu na minha garganta e perdi a consciência', diz jovem sobre as agressões
Após flagrar a traição do marido em um restaurante, uma mulher foi espancada pelo próprio companheiro. O caso ocorreu na noite de domingo, 21, no bairro do Imbuí, em Salvador (BA).
Ariele de Almeida Rocha, de 36 anos, relata que levou socos no rosto, chutes na barriga, foi enforcada e teve a mão atingida por marteladas pelo marido, Jonatha de Amorim Souza, 36. As informações são do G1.
O advogado da vítima disse que Ariele foi jantar com Jonatha, que levou uma amiga. Para a companheira, o rapaz alegou que a mulher havia terminado um relacionamento recentemente e precisava sair um pouco.
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Em certo momento, Ariele foi ao banheiro e, quando retornou, viu Jonatha e a suposta amiga aos beijos. A vítima e o suspeito então iniciaram uma discussão, e saíram do restaurante junto com a outra mulher.
Ainda de acordo com o relato da defesa da vítima, Jonatha levou as duas para o apartamento do casal e, ao chegar lá, passou a agredir Ariele.
De acordo com informações do G1, as agressões só terminaram depois que vizinhos ouviram gritos e chamaram a Polícia Militar.
Jonatha foi preso em flagrante e encaminhado à Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam).
Briga entre marido e mulher se mete a colher, sim!
Segundo o ditado popular, brigas entre casais devem ser ignoradas por terceiros. Mas, vale lembrar que muitos dos casos de violência doméstica, como o de Quesia Freitas, não são denunciados pela vítima por inúmeros motivos. Medo ou falta de informação inclusos. Então, meta a colher, sim! Qualquer pessoa pode – e deve – dar queixa desses casos.
Outra situação comum é achar que a denúncia “não vai dar em nada” contra o agressor, uma vez que nem sempre as circunstâncias e as leis permitem que ele seja detido ou punido no momento da denúncia.
Mas não se engane! A presença da polícia no local, por exemplo, pode inibir ações mais violentas naquele momento ou até no futuro.
Mas como denunciar violência doméstica?
Os casos de violência doméstica que viram processos no Poder Judiciário começam em diferentes canais do sistema de justiça, como delegacias de polícia (comuns e voltadas à defesa da mulher), disque-denúncia, promotorias e defensorias públicas.
Disque 180
O Disque-Denúncia foi criado pela Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM). A denúncia é anônima e gratuita, disponível 24 horas, em todo o país. Os casos recebidos pela central são encaminhados ao Ministério Público.
Disque 100
O serviço pode ser considerado como “pronto socorro” dos direitos humanos pois atende também graves situações de violações que acabaram de ocorrer ou que ainda estão em curso, acionando os órgãos competentes, possibilitando o flagrante. O Disque 100 funciona diariamente, 24 horas por dia, incluindo sábados, domingos e feriados.
As ligações podem ser feitas de todo o Brasil por meio de discagem gratuita, de qualquer terminal telefônico fixo ou móvel (celular), bastando discar 100.
Polícia Militar (190)
A vítima ou a testemunha pode procurar uma delegacia comum, onde deve ter prioridade no atendimento ou mesmo pedir ajuda por meio do telefone 190. Nesse caso, vai uma viatura da Polícia Militar até o local. Havendo flagrante da ameaça ou agressão, o homem é levado à delegacia, registra-se a ocorrência, ouve-se a vítima e as testemunhas. Na audiência de custódia, o juiz decide se ele ficará preso ou será posto em liberdade.
Delegacia da Mulher
Um levantamento feito pelo portal Gênero e Número, mostra que existem apenas 21 delegacias especializadas no atendimento às mulheres com funcionamento 24 horas em todo o país. Dessas, só São Paulo e Rio de Janeiro possuem delegacias fora das capitais.