Mulher que sofreu estupro de anestesista fala pela primeira vez
"A minha irmã (contou). Ela falou: ‘o anestesista abusou de você’", contou a vítima do médico Giovanni Quintella Bezerra
A mulher que sofreu estupro do anestesista Giovanni Quintella Bezerra falou pela primeira vez desde quando o caso repercutiu pelo Brasil há um mês. O médico foi preso no dia 11 de julho após ser flagrado cometendo estupro com a paciente que estava passando por uma cesárea no Hospital da Mulher de São João de Meriti. Além da vítima, o marido dela também concedeu entrevista ao Fantástico, da TV Globo.
A mulher falou como foi no momento que foi informada sobre a violência que havia sofrido. Ela disse que o diretor da unidade hospitalar não queria liberá-la sem saber o que tinha ocorrido na sala de parto.
“A minha irmã (contou). Ela falou: ‘o anestesista abusou de você.’ Imaginei tudo menos que eu ia ouvir isso. Que fui abusada”, contou.
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A mãe relembra que, em vez de sair pela porta da frente, com o filho no colo, precisou escapar pelos fundos do hospital, como se tivesse se escondendo.
“Como se gente estivesse fazendo alguma coisa de errado. Naquele exato momento em que eu ia trocar ele para sair do hospital eu recebi a notícia. Aquela alegria de vestir ele para sair da maternidade, eu não tive isso”, relatou.
O crime cometido pelo médico contra uma paciente sedada – investigações preliminares, inclusive, fala de excesso de anestésicos – foi filmado secretamente por funcionários que desconfiavam da conduta do médico.
Quando as imagens foram registradas e mostradas à direção do hospital, a polícia foi acionada, e Giovanni retido no hospital sob uma alegação inventada, até a chegada dos agentes comandados pela delegada Barbara Lomba, titular da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de São João de Meriti.
‘Será que cometi algum crime’?
As autoridades policiais que informaram sobre o estupro ao marido da vítima.
“A gente estava no quarto, aguardando. E veio a delegada até mim, mais o policial. Eu fiquei até espantado, sem saber o que estava acontecendo, achei: ‘será que cometi algum crime?’”, disse ele.
Giovanni Quintella Bezerra está impossibilitado de exercer a medicina e continua preso preventivamente no Complexo de Bangu. Pelo menos dois advogados já desistiram de seu caso, que neste momento está aos cuidados da Defensoria Pública.