Mulher pode ser drag, sim! Conheça Vlada Vitrova e as Riot Queens
Texto escrito por Carina Caldas e publicado no Superela
Na década de 60, o bar Stonewall Inn, em Nova York, era um dos poucos que permitiam que uma pessoa gay, lésbica, drag queen ou transexual pudesse expressar sua sexualidade. Por dar essa liberdade aos clientes, eles acabaram sofrendo repressão policial. Em 28 de junho de 1969, uma batida invadiu o lugar, mas desta vez as pessoas que estavam no bar revidaram. A multidão jogava tijolos, garrafas, moedas e lixo nos policiais, e muitos acreditam que as drag queens e mulheres trans negras iniciaram a comoção. Essa noite é conhecida como a Rebelião de Stonewall e deu início ao movimento LGBT moderno e à tradição das paradas LGBT.
Por este motivo, todo dia 28 de junho se comemora o Dia do Orgulho LGBT. Embora a sigla tenha quatro letras, muitas vezes apenas a letra G acaba sendo valorizada. Por outro lado, acontecimentos como Stonewall relembram a importância dos outros grupos do movimento como as mulheres trans, por exemplo. É a partir dessa rebelião que se inicia uma conversa sobre gênero, que mais tarde se transformaria em uma revolução.
Um ato extremamente político e que desafia conceitos de gênero é ser uma drag queen. Acredita-se que “drag” tenha surgido em uma época onde as mulheres não podiam participar de peças de teatro, então, a solução era fazer com que os homens se vestissem e imitassem os “trejeitos femininos”. Anteriormente também estava ligada à expressão “dressed as a girl” (“vestido como uma menina”). Se a gente pensar bem, tudo isso parte de ideias machistas, como a de que uma mulher não possa fazer algo que os homens podem, e de que exista uma divisão entre “roupas de mulher” e “roupas de homem”.
É por isso que o conceito de drag queen se expandiu e hoje significa arte. Significa usar seu próprio corpo para quebrar estereótipos de gênero. Significa que todo mundo pode fazer e inclusive fazer do jeito quiser. Atualmente existem milhares de homens e mulheres, cis e trans, que performam como drag queens ou até mesmo como drag kings (quando se vestem com roupas “masculinas”). Ser uma drag queen não é apenas vestir uma fantasia, é viver a fantasia de modo que todos acreditem, seja ela qual for.
Mulher pode tudo. Inclusive ser drag queen! Confira as entrevistas exclusivas que Vlada Vitrova e Ginger Moon, deram para o Superela
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