Mulher que matou marido recebe apoio de vítimas de violência doméstica
A turca Çilem Doğan diz não estar arrependida após ser presa acusada da morte de seu marido Hasan Karabulut. No dia que foi aprendida pela polícia local ela usava uma camiseta com os dizeres. Caro passado, obrigada por todas as lições. Caro futuro, estou pronta”.
Investigadores disseram ao jornal que a mulher havia sido abusada durante todo o seu casamento e registrou ocorrências na delegacia. A gota d’água foi quando o marido pediu a ela para que fizesse as malas porque estava pensando em levá-la para uma cidade próxima, para transformá-la em prostituta para ganhar dinheiro. Quando ela protestou, ele a atacou.
“Quando me opus, ele me bateu, me empurrou sobre a cama. Foi quando a pistola debaixo do travesseiro veio em minha mente. Atirei repetidamente. Peguei minha filha e deixei a casa”, relatou a mulher para um depoimento da polícia.
- Projeto forma vítimas de violência doméstica para trabalhar na construção civil
- Mulheres vítimas de violência doméstica ganham prioridade no Bolsa Família
- Senado aprova prioridade a mulheres vítimas de violência no Bolsa Família
- Afinal, o que é saco de Douglas e o que pode causar ruptura na cavidade?
Quando foi aprendida, na quinta-feira passada, a mulher disse à polícia que sentia que havia feito o que deveria fazer. “Será que as mulheres sempre têm que morrer? Deixe alguns homens morrerem também. Matei-o pela minha honra”, relatou ela.
A história de Doğan fez sucesso na internet e nas redes sociais. Mulheres sobreviventes de violência doméstica se manifestaram em favor da turca.
Veja como denunciar a violência doméstica
No Brasil há um número específico para receber esse tipo de denúncia,180, a Central de Atendimento à Mulher. O serviço funciona 24 horas por dia, todos os dias do ano e a ligação é gratuita. Há atendentes capacitados em questões de gênero, políticas públicas para as mulheres, nas orientações sobre o enfrentamento à violência e, principalmente, na forma de receber a denúncia e acolher as mulheres.
O Conselho Nacional de Justiça do Brasil recomenda ainda que as mulheres que sofram algum tipo de violência procurem uma delegacia, de preferência as Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAM), também chamadas de Delegacias da Mulher. Há também os serviços que funcionam em hospitais e universidades e que oferecem atendimento médico, assistência psicossocial e orientação jurídica.
A mulher que sofreu violência pode ainda procurar ajuda nas Defensorias Públicas e Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, nos Conselhos Estaduais dos Direitos das Mulheres e nos centros de referência de atendimento a mulheres.
Se for registrar a ocorrência na delegacia, é importante contar tudo em detalhes e levar testemunhas, se houver, ou indicar o nome e endereço delas. Se a mulher achar que a sua vida ou a de seus familiares (filhos, pais etc.) está em risco, ela pode também procurar ajuda em serviços que mantêm casas-abrigo, que são moradias em local secreto onde a mulher e os filhos podem ficar afastados do agressor.