Mulheres fazem greve contra proibição total do aborto na Polônia
Milhares de mulheres tomaram as ruas da Polônia nesta segunda-feira, dia 3, para protestar contra um projeto de lei, tramitando no parlamento, que proíbe totalmente o aborto no país. Na greve, intitulada “Black Monday” (“Segunda-feira preta”), as manifestantes boicotaram o trabalho e usaram roupas pretas em um símbolo de luta pela perda dos direitos reprodutivos.
De acordo com informações da BBC News, não há dados exatos sobre o número de participantes da greve, que obrigou lojas, escritórios do governo, universidades e escolas a fecharem as portas. Por exemplo, a cidade de Czestochowa determinou paralisação de um dia para que as mulheres pudessem participar da mobilização.
Atualmente, uma comissão do parlamento polonês discute um projeto de iniciativa popular que busca proibir totalmente a interrupção da gravidez. As mulheres que tenham passado pelo procedimento poderão ser punidas com até cinco anos de prisão. Além disso, os médicos que tenham ajudado também terão chances de ser presos.
- Entenda relação entre o alho e a prevenção do câncer de intestino
- 4 motivos para colocar Arraial do Cabo na sua lista de viagem de verão
- Cristo Redentor ganha trilha com mirante 360º do Rio
- Sintoma de câncer de pele pode ser notado ao subir escada
Segundo os críticos da proposta, as gestantes que tiveram aborto espontâneo também poderiam ser investigadas, já que os sintomas são parecidos com o aborto deliberado.
O aborto na Polônia só é permitido em casos restritos, como quando há risco para o bebê e a mãe, ou quando a gravidez é decorrente de estupro ou incesto. O país, de maioria católica, tem uma das leis mais restritivas da Europa. Resultado disso, estimativas apontam que há muito mais abortos ilegais do que legais — entre 10 mil e 150 mil, contra mil ou 2 mil procedimentos oficiais.