Mulheres seguem vivas com órgãos de Eloá doados após a tragédia
Dez anos depois do trágico caso Eloá que comoveu Brasil e o mundo, mais de cinco pessoas estão vivas graças aos órgãos doados da jovem
Uma vendedora de roupas do interior do Pará agradece todos os dias pela vida que pode ter após ter recebido o coração da jovem Eloá Cristina da Silva Pimentel, morta em outubro de 2008 pelo ex-namorado Lindemberg Alves Fernandes, no ABC paulista.
Um grave problema cardíaco, fez com que a comerciante precisasse de um trasplante de coração. Maria Augusta da Silva dos Anjos no dia em que completou 39 anos recebeu o coração da jovem Eloá, de 15 anos.
A mulher de 48 anos disse ao G1 : “Após o transplante, às 8h do dia 20 de outubro, data do meu aniversário… amanheci com o presente novo, com o coração novo. Agradeço à mãe de Eloá por ter permitido a doação dos órgãos da garota”.
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Mesmo após vivenciar uma tragédia e com poucos minutos para tomar uma decisão: doar ou não os órgãos da sua filha morta, Ana Cristina Pimentel da Silva, mãe de Eloá, optou pela doação. Numa entrevista de 2009, também do G1 ela disse que não titubeou ao ter que decidir sobre o assunto: “Não tive dúvida. Quando os médicos vieram falar comigo, eu já estava decidida”.
Além do coração de Eloá outras pessoas receberam órgãos da jovem. Uma das córneas fez com que uma recepcionista que mora em São Paulo visse o mundo com outros olhos. Também uma menina de 12 anos, que sofria com um grave tipo de hepatite, recebeu o fígado. O pulmão foi transplantado para uma jovem de 18 anos. Os pâncreas e o rim mudaram a vida de um mecânico.
De acordo com o site do Ministério da Saúde: “Atualmente, cerca de 96% dos procedimentos de todo o País são financiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS)”. Com isso, o Brasil torna-se o maior sistema público de transplantes do mundo, sendo o segundo maior transplantador do mundo, ficando atrás apenas dos EUA.
O “Caso Eloá” foi um crime que dez anos atrás chocou o País e teve até mesmo repercussão internacional. Foi o mais longo sequestro em cárcere privado registrado pela polícia de São Paulo. De 13 a 17 de outubro de 2008 o caso foi transmitido ao vivo e teve um final trágico. A estudante Eloá Cristina da Silva Pimentel, com apenas 15 anos de idade, foi morta a tiros pelo ex-namorado Lindemberg Alves Fernandes, em Santo André, Grande São Paulo.
O entregador de pizzas de 22 anos não aceitava o fim do namoro e no dia 13 de outubro invadiu o apartamento da adolescente e a manteve como refém por cinco dias, contabilizando 100 horas de cárcere privado. Após tensas negociações a polícia invadiu o local, travou uma luta corporal com Lindemberg que ainda teve tempo de atirar contra Eloá que não resistiu aos tiros e morreu no hospital.
O caso é detalhadamente contado no documentário “Quem matou Eloá“, da diretora Lívia Perez. Nele é possível ver cenas veiculadas na TV no longo sequestro. É analisado o papel da mídia, que chegou a atravessar negociações da polícia e até mesmo ter conversas ao vivo com o sequestrador. O assassino foi tratado por alguns canais como um moço apaixonado “sem antecedentes criminais e trabalhador”. Assista ao documentário na íntegra aqui.