‘Não nos calarão’, diz organizadora de grupo após agressão
Maria Tuca, administradora de um dos grupos de mulheres contra Jair Bolsonaro (PSL) contou à Catraca Livre detalhes do caso de violência
Vítima de agressão, Maria Tuca, organizadora de um dos grupos contra Jair Bolsonaro (PSL) contou à Catraca Livre detalhes do caso e falou sobre a importância da luta das mulheres contra o retrocesso que o candidato representa à democracia e aos direitos humanos.
Tuca foi agredida na noite desta segunda-feira, 24, por três homens armados no Rio de Janeiro. Ela é dirigente do Bloco Unidos da Ribeira e coordenadora da campanha de Sérgio Ricardo Verde, candidato a deputado estadual pelo PSOL. Esta foi a primeira vez que a administradora do grupo sofreu violência física durante sua trajetória na política.
Em entrevista, ela relata que estava subindo a rua onde mora, sozinha, por volta das 20h15, quando saíram dois homens do banco de trás de um carro e a agrediram. “Eles não disseram nada, já foram me dando um soco, um deles estava com uma arma de fogo e também me desferiu uma coronhada. O terceiro homem estava dirigindo o táxi que estava estacionado quase em frente à minha casa.”
Em nota publicada nesta terça-feira, 25, a Executiva Nacional do PSOL repudiou a agressão, e exigiu das autoridades apuração e punição imediata contra os autores do ato. “Nos colocamos ao lado dos que defendem uma eleição livre de agressões e violência. Temos certeza de que as mulheres não se intimidarão com mais agressão e farão do dia 29 um marco histórico contra o machismo e a intolerância”, declarou no texto.
Para a vítima, não é possível afirmar que a agressão teve relação com sua atuação política. “Mas o modo como aconteceu foi muito estranho”, completa Tuca. Em relação a Bolsonaro, ela diz que é “totalmente contra o ódio incitado por ele”.
“Defendo meus ideais firmemente nas redes sociais e até no corpo a corpo diário. Já tive algumas discussões com pessoas apoiadoras desse senhor [Jair Bolsonaro]. Era moderadora de um dos grupos contra ele (não posso falar o nome correto do grupo para preservação das outras mulheres)”, explica.
Após a repercussão da violência, Tuca está evitando ler os comentários de ódio que recebeu. “Tenho amigos maravilhosos que estão me blindando, mas a maioria dos comentários são de apoio. Os de ódio…só peço luz para essas pessoas.”
Sobre as manifestações em todo o país contra o candidato do PSL, que acontecerá no próximo sábado, 29, a administradora do grupo enfatiza: “Temos que barrar esse retrocesso, lutar para que a democracia permaneça. Só nós podemos mudar o mundo, juntas somos mais fortes! Eles não nos calarão!“.