Nigeriano diz que foi enganado para aparecer em vídeo pró Bolsonaro

O professor Dammy Damilare Falade, de 25 anos, aparece cantando o hino nacional no vídeo do governo em comemoração ao 7 de setembro

12/09/2019 17:19

Um professor nigeriano disse que foi enganado para aparecer em vídeo pró Bolsonaro veiculado no 7 de setembro, para comemoração da Independência do Brasil. Dammy Damilare Falade, 25 anos,  acusa a equipe de filmagem de não ter informado sobre o real uso de sua imagem na peça promocional.

Nigeriano diz que foi enganado para aparecer em vídeo pró Bolsonaro
Nigeriano diz que foi enganado para aparecer em vídeo pró Bolsonaro - Reprodução/Instagram

O vídeo foi gravado pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC), vinculada ao governo Bolsonaro. Segundo o professor nigeriano, ele diz ter sido abordado, em Brasília, pela equipe da EBC, em 27 de agosto, para a gravação de “um documentário sobre pessoas que cantam o hino de maneira engraçada”.

“Eles falaram, em tom de brincadeira, dando risada, que estavam gravando um documentário sobre pessoas que não sabiam cantar o hino nacional, mas se arriscavam assim mesmo e o faziam de forma engraçada. ‘Vamos ver se você sabe mesmo’, disseram”, relata Falade.

O professor nigeriano aparece em um curto trecho, a partir do segundo 51 do vídeo. Foi o tempo de entoar o verso do Hino Nacional “conseguimos conquistar com braço forte”.

Ele relata, contudo, que só tomou conhecimento da participação no vídeo por volta das 13h do último sábado, dia 7, por meio de amigos que viram a peça publicitária do governo e o reconheceram.

Falade não gostou da enganação, principalmente porque não aprova o governo Bolsonaro.

“Eu detesto tudo que esse governo representa. Acordei com meus amigos perguntando se, agora, eu era bolsominion, se eu tinha me vendido ao governo, quanto eu recebi pela participação”, explica. O nigeriano ainda garante que vai buscar providências no âmbito jurídico.

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Outro lado
Segundo nota publicada pela EBC, que fez as filmagens, os profissionais estavam devidamente uniformizados, identificados com crachá e posicionados com equipamentos de gravação em frente ao Museu Nacional de Brasília, quando convidaram Dammy Falade a participar do vídeo.

De acordo com o texto, a equipe teria informado que se tratava de um vídeo institucional, sem fins comerciais, produzido para divulgação da Presidência da República, versão novamente contestada pelo professor, que sustenta não ter sido informado sobre a intenção da gravação.