Nota de R$ 200 com tamanho igual à de R$ 20 prejudica cegos
Banco Central admite que não tem maquinário para fazer as notas de R$ 200 em tempo hábil
Nem bem entrou em circulação e a nova nota de R$ 200 já enfrenta resistência. E com razão. A nova cédula tem o mesmo tamanho da de R$ 20, o que pode prejudicar o reconhecimento pelo tato por parte de deficientes visuais.
Desde o lançamento da 2ª Família do Real, as cédulas têm tamanhos diferentes para auxiliar a diferenciação. As informações são da Folha e do G1.
O Banco Central disse que a nova nota tem uma marca tátil, com três barras em alto-relevo no canto inferior direito de sua frente. Este recurso também é usado em outras notas, mas sempre aliado à diferença no tamanho do papel”.
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Em nota, o BC afirma que foram mecanismos mais modernos de segurança que fizeram com que a nova nota fosse inserida na linha de produção das cédulas de R$ 20, mas admite que não teria maquinário para fazer as notas de R$ 200 seguirem a lógica das demais e serem maiores dos que as de R$ 100.
Para Alberto Pereira, presidente da ONCB (Organização Nacional de Cegos do Brasil), “abandonar um dos sinais sensoriais é um retrocesso.
“Isso reduz muito a autonomia e descumpre a lei brasileira de inclusão. Se não tinha equipamento para fazer maior do que a de R$ 100, não poderia ter feito no tamanho de R$ 20”, afirma.
Adaptação aos caixas eletrônicos
A cédula de R$ 200 traz cores cinza e sépia predominantes e homenageia o lobo-guará, animal típico da fauna do cerrado brasileiro, e atualmente ameaçado de extinção. A nota tem o mesmo formato e dimensões da cédula de R$ 20 (14,2cm x 6,5cm).
Segundo o BC, além da falta de maquyinário, a decisão de manter o formato é para melhor adaptação aos caixas eletrônicos e demais equipamentos automáticos que aceitam e fornecem cédulas de dinheiro.
“A primeira razão para adotar esse formato é que não havia tempo hábil para adaptação do parque fabril para que tivéssemos uma cédula superior ao tamanho de R$ 100”, disse a diretora de Administração do Banco Central, Carolina de Assis Barros, ao G1.