O catador de pensamentos
Quando a cidade adormece, o senhor Rabuja percorre a rua catando pensamentos. Colhe sem distinção: valem pensamentos bonitos, feios, longos, curtos, complexos, simples. Leva-os para a casa, onde são divididos em categorias e, por ordem alfabética, colocados na prateleira.
De manhã, são plantados e se transformam em flores das mais diferentes cores e formatos, mas com apenas um perfume. Depois, sobem para o céu. Rabuja acredita que, assim, os pensamentos serão eternos.
Esse conto (O Catador de Pensamentos), da escritora alemã Monika Feth, se converteu, na periferia de São Paulo, num jeito de colocar pais e filhos numa mesma sala, encantados pela literatura – e, no caso, nenhum deles com hábito da leitura.
O pensamento florido é um dos truques aprendidos por Silvia Leme para inventar uma nova profissão que nada tem a ver com literatura – “Contar estórias é uma isca”.
Trecho publicado na coluna Urbanidade, do jornal Folha de S. Paulo
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