Arthur do Val invadiu evento do Catraca Livre com seguranças.

Palestra da monja Coen sobre amor tece cenas de ódio. Mas um surpreendente desfecho.

25/03/2018 12:48 / Atualizado em 12/04/2018 15:11

Kim Kataguiri com Arthur do Val
Kim Kataguiri com Arthur do Val

Ligado ao MBL, o youtuber Arthur Moledo do Val, dono canal “MamãeFalei”,  é conhecido por disseminar o ódio nas redes, provocando confusões em encontros que, muitas vezes, acabam em conflitos físicos.  A última confusão ocorreu quando ele entrevistou Ciro Gomes, a quem acusa de tê-lo agredido. Mas Ciro afirma que o video é uma montagem.

FARSA DO MBL EXPLICADA POR EDITOR PROFISSIONAL!

Editor profissional DESMASCARA a FARSA do MBL em vídeo!Ajudem a compartilhar!#CIRO2018#TIMECIROGOMES

Posted by Time Ciro Gomes on Tuesday, April 10, 2018

Agora, ele é candidato a deputado estadual – Kim Kataguiri é candidato a deputado federal. Ele é responsável pela invasão de um evento do Catraca Livre no  1 de Abril, Dia da Mentira, no ano passado, quando discutíamos a mentiras nas redes sociais.

O Catraca Livre, na época, fazia uma investigação sobre as redes clandestinas de mentiras na internet, promovidas pelo MBL. Páginas  do Facebook, ligadas ao movimento, como o Ceticismo Político, foram tiradas do ar por serem mantidas por perfil falso, por causa de denúncias divulgadas sobre Marielle  Franco.

Vamos, mais uma vez, comemorar o Dia de Mentira – e celebrando a verdade.

No ano passado, acompanhado por seguranças – o que mostra que ele esperava brigas – Arthur do Val invadiu um encontro no Armazém da Armazém da Cidade aproveitando o Dia da Mentira: um debate sobre o ódio e as mentiras nas redes sociais.

Por motivo de doença, a principal personagem do debate – a monja Coen, que iria falar sobre o poder do amor –  não pôde comparecer. Ela conversaria com os jornalistas Gilberto Dimenstein e Leonardo Sakamoto. Um resumo da sua fala está neste vídeo.

Os organizadores do evento sabiam de rumores de que haters iriam aproveitar o evento da paz para produzir imagens de violência. Mas não se sabia como. Daí a ideia, caso viessem, de serem recebidos com músicas de paz e amor cantadas pelos Trovadores Urbanos. Foi pedido aos músicos que ficassem até o final do evento.

Dimenstein, em sua coluna, resolveu anunciar que estava preparando uma surpresa para os haters no Dia da Mentira. Mas ninguém entendeu nada.

Dica de algo aconteceria
Dica de algo aconteceria

O youtuber virou, então, a grande estrela do encontro, dando uma lição involuntária sobre o ódio e como enfrentá-lo. Seus motivos eram simples: o Catraca Livre investigou o site-fantasma do MBL (JornaLivre) e o Caixa 2 de Fernando Holiday.

Como parte do encontro para celebrar a tolerância veio o grupo Trovadores Urbanos, que preparou  um repertório de canções sobre paz de amor.

Inicialmente muitos acharam que era uma pegadinha do Dia da Mentira para simular um hater em ação. Não era. Câmera na mão, Arthur entrou abruptamente no Armazém da Cidade, berrando e interrompendo o debate, exigindo respostas do jornalista Gilberto Dimenstein. A situação foi ficando tensa, já que ele não queria deixar o debate seguir.

Quando se percebeu que Arthur do Val não iria parar e se suspeitou que ele estava provocando cenas de violência para desmoralizar o encontro, um grupo, estimulado por uma jovem chamada Joana Penido, que estava ali para ouvir a Monja Coen, se levantou e, com a participação dos Trovadores Urbanos, cantaram, abraçaram e até beijaram o Youtuber.

“Eu estava chocada. Vim para ouvir uma fala sobre amor e fomos atacados pelo ódio. Fiquei desesperada. Minha reação foi ir lá para frente e pedir que todos cantassem juntos para mudar a energia”, conta Joana, hoje responsável pelo site VilaMundo sobre a Vila Madalena.

É possível ver no vídeo abaixo, depois de 10 minutos, a entrada de Arthur.

Depois de algum tempo, ele, atendendo os pedidos da plateia que queria continuar ouvindo o debate, se retirou.

Diante da cena, alguém brincou: ” Foi o espírito da Monja Coen que baixou aqui”. Mas alguns na plateia, fãs da Monja, acharam que não era brincadeira, imaginando que deveria, naquele momento, ocorrer uma “conexão cósmica”. Acreditem ou não em conexão, se a Monja estivesse lá ela teria provocado a mesma reação.