O feminismo bem humorado de Guerrilla Girls

Há 20 anos, as garotas anônimas de Nova York, nos Estados Unidos, estão preocupadas em saber e mostrar o papel da mulher no mundo, sobretudo no universo das artes e da cultura. Desde os anos 1980, na cidade norte-americana, elas promovem ações de arte e comunicação para mostrar a cidadãos locais a importância da mulher no mundo moderno – sempre em tom feminista – político – artístico – didático – bem humorado, norteado por fatos reais.

divulgação
Guerrilla Girls

Estamos falando do coletivo Guerrilla Girls que, nesta sexta-feira, 19, a partir das 19h30, faz palestra no Sesc Pinheiros, com entrada Catraca Livre. Em menos de três meses, esta é a segunda vez que ativistas atuam na capital paulista. A primeira foi na Bienal, na programação dos terreiros.

O tempo fez com  que as artistas transformassem a maneira de divulgação de seu trabalho, conforme explica Pedro França, responsável pela vinda do grupo para São Paulo. “No início dos anos 1980, de maneira bem humorada, elas basicamente pregavam cartazes pelas ruas e entregavam panfletos pela cidade, quase como num movimento terrorista”, explica França.

Ele ressalta que o contexto social e político é de  um momento em que as mulheres se firmavam num mundo moderno, que as pessoas enfrentavam preconceitos relacionados a homossexualidade, por exemplo. “Aquela era uma época em que a Aids surgia no mundo, portanto as ações eram mais fortes e, de certa forma, individuais”, acrescenta.

O tempo passou e o tal terrorismo já não mais fazia tanto sentido. O grupo começou, então, a fazer uma ação mais pedagógica e reflexiva, aponta o curador. Sem jamais perder o bom humor, elas saem em seminários pelo mundo com os mesmos propósitos e contam, de maneira didática e performática, a história feminista e seus respectivos contextos. “Elas têm uma cartilha que explica, por exemplo, a diferença entre puta e vadia”, diz França. Fazem referências, ainda, a artistas importantes e não esquecem de citar nomes como o de Frida Kahlo.

Impacto

A máscara de um Gorila impede que as meninas mostrem sua identidade. Não à toa elas escolherem este estereótipo – a imagem passa um certo ar de agressividade. Mas, por outro lado, os vestidos e acessórios que usam mostram a típica delicadeza feminina. “Elas são agressivas quando precisam e doces, quando necessário”, contra França.

Mostra Sesc de Artes
A Mostra fica em cartaz até o dia 28 de novembro e traz ações artísticas nas unidades e espaços públicos da capital, que deflagram a investigação de aspectos da arte contemporânea em suas manifestações híbridas entre as linguagens artísticas e o cotidiano.

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