O primeiro coletivo fotográfico só de mulheres do oriente médio

13/05/2015 18:08 / Atualizado em 06/05/2020 21:13

Texto por Rachel Segal Hamilton

 
 

Em 2011, quando turbulências começaram no Oriente Médio e fotógrafos correram para lá a fim de documentar o que se tornaria a Primavera Árabe, a maioria daqueles atrás das lentes eram homens, brancos e ocidentais. Mas outros não eram. Alguns eram locais. Alguns eram manifestantes usando seus celulares. Alguns eram mulheres.

Naquele mesmo ano, o Rawiya (um coletivo de fotógrafas do Oriente Médio) nasceu. As primeiras a fazerem parte do Rawiya vieram da Jordânia, do Iraque, Irã e Kuwait, mas atuavam em toda a região. Apesar de algumas delas terem saído e outras se juntado nesses quatro anos, o grupo continua a oferecer perspectivas novas, com projetos sobre mulheres palestinas pilotos de corrida, drag queens de Jerusalém, comunidade LGBT de Beirute e crianças obrigadas a trabalhar no Egito. Elie Domit, diretora da galeria de fotos East Wing em Dubai, que representa duas fotógrafas do grupo original, chama essas mulheres de “notáveis em sua amplitude: corajosas, talentosas e apaixonadas”.

Atualmente, elas estão expondo seu trabalho no Reino Unido (na Impressions Gallery, em Bradford). “Fotografia nos ajuda a expressar quem somos, testemunhar eventos históricos, mostrar injustiças e pode nos levar até mundos desconhecidos para nós”, disse a diretora da galeria, Anne Mcneill. “O Rawiya faz tudo isso com autenticidade. Enquanto cada uma dessas fotógrafas trabalha na região, elas literalmente vivem as histórias que contam.”

 
 

Conversei com Laura Boushnak, cofundadora do coletivo, e com a fotógrafa Myriam Abdelaziz para saber mais.

VICE: Todas vocês trabalham independentemente como fotógrafas. Por que decidiram formar o Rawiya?
Laura Boushnak: É como uma das minhas colegas, Tamara Abdul Hadi, disse: “Acreditamos que há poder nos números”. Quando começamos em 2011, queríamos criar uma plataforma que nos permitisse compartilhar nossas histórias, expor e fazer oficinas na região. Como freelancer, pode ser difícil trabalhar sozinha; então, criamos esse senso de trabalho em equipe: ajudamos umas às outras, compartilhamos contatos, nos inspiramos. [Continue lendo e veja mais fotos aqui.]