O que se sabe sobre a morte do congolês Moïse no Rio
Moïse Mugenyi Kabagambe, de 24 anos, foi espancado até a morte depois de cobrar R$ 200 de diárias de trabalho não pagas no quiosque Tropicália
O congolês Moïse Mugenyi Kabagambe, de 24 anos, foi brutalmente assassinado no dia 24 de janeiro próximo a um quiosque na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro.
Moïse foi espancado até a morte por vários homens depois de cobrar R$ 200 por duas diárias de trabalho não pagas no quiosque Tropicália.
As agressões duraram pelo menos 15 minutos e foram gravadas pelas câmeras de segurança do quiosque (veja abaixo), que fica próximo ao Posto 8. Os agressores usaram pedaços de madeira e um taco de beisebol.
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As imagens mostram que Moïse em nenhum momento tentou agredir os homens que o atacaram. O rapaz teve os pés e as mãos amarrados com um fio depois de sofrer uma sequência de agressões.
O congolês foi encontrado por policiais militares já sem vida em uma escada do quiosque Tropicália.
Laudo do Instituto Médico Legal (IML) que Moïse morreu de traumatismo do tórax, com contusão pulmonar, causada por ação contundente.
https://twitter.com/jornalextra/status/1488594377844965378
Um homem que diz ter participado das agressões a Moïse se apresentou no início da tarde desta terça-feira, 1, a 34ª DP (Bangu) e depois foi conduzido para a Delegacia de Homicídios. O dono do quiosque também foi ouvido hoje, mas na 16ªDP (Barra da Tijuca).
A Prefeitura do Rio de Janeiro suspendeu alvará de funcionamento do quiosque Tropicália até o fim das investigações.
ONGs e famosos pedem justiça
ONG e entidades que lutam contra o racismo se reuniram na porta da Delegacia de Homicídios, na Barra da Tijuca na manhã desta terça-feira, 1, para cobrar rigor nas investigações sobre o assassinato de congolês Moïse Kabamgabe.
A Unegro, junto com a Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas), UEE (União Estadual dos Estudantes do Rio de Janeiro) e outras organizações sociais, também organiza um protesto no próximo sábado, 5, às 10h, em frente ao quiosque que o congolês foi brutalmente assassinado.
Diversos artistas, como Caetano Veloso, Mano Brown, Taís Araújo e Tatá Werneck, usaram as redes sociais para lamentar a morte do rapaz. Com a hastag #JusticaPorMoise, eles pedem que o crime não fique impune.
Em nota, ONU também cobrou rigor nas investigação sobre assassinato de Moïse Kabagambe.
Quem era Moïse
Moïse veio para o Brasil em 2014 com a mãe e os irmãos, como refugiado político, para fugir da guerra e da fome no Congo.
“Mataram meu filho aqui como matam em meu país”, disse a mãe de Moïse, Ivana Lay.