O que se sabe sobre o barbeiro que agredia gays e grava ataques no Rio
Vídeos eram postados no Instagram; ataques ocorriam no Shopping Downtown, local que ele trabalhava
Um barbeiro filmou e postou em suas redes sociais as agressões que fazia contra gays em banheiros de um shopping na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro.
Relatos nas redes sociais apontam que os ataques aconteciam no Shopping Downtown e eram premeditados. O jovem, que não teve a identidade revelada, criava situações para que algum homem o encarasse e assim que conseguia notar que era gay, ele começava a perseguir e espancar a vítima. As informações são do jornal Extra.
Em seu perfil no Instagram, com cerca de 12 mil seguidores, os stories do barbeiro mostravam as cenas de violência contra gays.
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“Rapaziadinha, desfecho foi que ele correu pro laguinho, tentei jogar ele dentro do lago e não consegui. Só bati mesmo, não deu pra fazer mais nada. Mas a cara dele está ai, está gravado, eu vou pegar ele”, dizia o jovem em um dos vídeos, após postar as agressões contra uma de suas vítimas.
Após repercussão do caso, a conta no Instagram que era aberta, foi fechada. Já o perfil no TikTok permanece ativo, porém, os vídeos foram deletados.
O rapaz também foi demitido da barbearia que trabalhava, no Shopping DownTown. “A BarberChopp vem por meio desta nota manifestar seu repúdio a qualquer tipo preconceito e violência”, dizia a nota da loja.
https://www.instagram.com/p/Cnj8_r4uICr/
Homofobia é crime
Homofobia é crime!
Desde junho de 2019, o Supremo Tribunal Federal decidiu que o crime de homofobia deve ser equiparado ao de racismo.
Os magistrados entenderam que houve omissão inconstitucional do Congresso Nacional por não editar lei que criminalize atos de homofobia e de transfobia. Por isso, coube ao Supremo aplicar a lei do racismo para preencher esse espaço.
Entretanto, apesar da notícia positiva, poucos LGBT sabem o que podem fazer caso sejam vítimas de algum crime do tipo.
Como denunciar pela internet
Em casos de homofobia em páginas da internet ou em redes sociais, é necessário que o usuário acesse o portal da Safernet e escolha o motivo da denúncia.
Feito isso, o próximo passo é enviar o link do site em que o crime foi cometido e resumir a denúncia. Aproveite e tire prints da tela para que você possa comprovar o crime. Depois disso, é gerado um número de protocolo para acompanhar o processo.
Há aplicativos que também auxiliam na denúncia de casos de homofobia. O Todxs é o primeiro aplicativo brasileiro que compila informações sobre a comunidade, como mapa da LGBTfobia, consulta de organizações de proteção e de leis que defendem a comunidade LGBT.
Pelo aplicativo também é possível fazer denúncias de casos de homofobia e transfobia, além de avaliar o atendimento policial. A startup possui parceria com o Ministério da Transparência-Controladoria Geral da União (CGU), órgão de fiscalização do Governo Federal, onde as denúncias contribuem para a construção de políticas públicas.
Com a criminalização aprovada pelo STF, o aplicativo Oi Advogado, pensado para conectar pessoas a advogados, por exemplo, criou uma funcionalidade que ajuda a localizar especialistas para denunciar crimes de homofobia.
Delegacias
Toda delegacia tem o dever de atender as vítimas de homofobia e de buscar por justiça. Nesses casos, é necessário registrar um Boletim de Ocorrência e buscar a ajuda de possíveis testemunhas na luta judicial a ser iniciada.
As denúncias podem ser feitas também pelo 190 (número da Polícia Militar) e pelo Disque 100 (Departamento de Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos).
Em alguns estados brasileiros, há órgãos públicos que fazem atendimento especializado para casos de homofobia.
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Goiás
Há um Centro de Referência Estadual da Igualdade (CREI) na capital, Goiânia.
Centro de Referência Estadual da Igualdade
Av. Goiás, nº 1496, Qd. 124, Lt. 156, Centro.
(62) 3201 – 7489.
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Mato Grosso do Sul
O Centro de Referência em Direitos Humanos de Prevenção e Combate à Homofobia (CENTRHO) é responsável pelo desenvolvimento de políticas públicas de defesa de direitos e da cidadania no âmbito do Estado de Mato Grosso do Sul, bem como receber e verificar denúncias de violação de direitos por motivação homofóbica.
Centro de Referência em Direitos Humanos de Prevenção e Combate à Homofobia
Rua Marechal Cândido Mariano, 713, Sala 5 e 6, Centro.
(67) 3321-7343
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Minas Gerais
O Centro de Referência da População LGBT é um equipamento da Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania que trabalha para contribuir com a defesa e promoção dos direitos humanos e cidadania da população LGBT, por meio de ações que visem ao enfrentamento da violência e discriminação por orientação sexual e identidade de gênero em BH.
Centro de Referência da População LGBT
Rua Curitiba, 481, Centro.
(41) 3277-4128 / 4227 / 6908.
[email protected].
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Paraíba
Desde 2009, a Delegacia de Repressão a Crimes Homofóbicos atende crimes contra LGBT na capital, João Pessoa.
Delegacia de Repressão a Crimes Homofóbicos
Rua Francisca Moura, 34, Centro.
(83) 3218-6762).
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Piauí
No estado, há uma delegacia especializada na capital, a Delegacia de Defesa e Proteção dos Direitos Humanos e Repressão às Condutas Discriminatórias.
Delegacia de Defesa e Proteção dos Direitos Humanos e Repressão às Condutas Discriminatórias
Rua 24 de Janeiro, 500, Centro.
(86) 3216-5256.
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Rio de Janeiro
A denúncia contra crime de homofobia pode ser feita na Delegacia de Polícia de Repressão aos Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), que está vinculada ao Departamento Geral de Polícia Especializada da Polícia Civil, além de estar inserida no programa Delegacia Legal, no Rio.
Delegacia de Polícia de Repressão aos Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi)
Rua do Lavradio, 155, Centro.
(21) 2333-3509
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Rio Grande do Norte
Não existe delegacia especializada, mas há um serviço de Disque Defesa Homossexual, que atende 24 horas por dia no estado. O telefone é: 0800-281-2336.
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São Paulo
A denúncia contra crime de homofobia pode ser feita na Delegacia de Polícia de Repressão aos Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), que está vinculada ao Departamento Estadual de Homicídio e Proteção a Pessoa (DHPP), em São Paulo.
Delegacia de Polícia de Repressão aos Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi)
R. Brg. Tobias, 527, Centro.
(11) 3311-3555.
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Sergipe
Há um órgão especializado no estado, o Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis, subordinado à Delegacia Geral da Polícia Civil, que atende em cinco pontos:
Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV)
Rua Itabaiana, 258 – bairro Centro, Aracaju/SE
(79) 3205-5400
Delegacia Especial de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DEAGV)
Rua Cachoeira, 1115 – bairro Santa Cruz, Estância/SE
(79) 3522-8777
Delegacia Especial de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DEAGV)
Avenida Ivo de Carvalho, 450 – bairro Centro, Itabaiana/SE
(79) 3431-8513
Delegacia Especial de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DEAGV)
Praça Rui Mendes,S/N – bairro Centro, Lagarto/SE
(79) 3631-2114
Delegacia Especial de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DEAGV)
Rua 15, S/N – conjunto Fernando Collor, Nossa Senhora do Socorro/SE
(79) 3256-4001