ONG global financia projetos brasileiros ligados ao veganismo
Cinco iniciativas de BA, PE, SP, SC e RS receberão R$ 20 mil cada de fundo de apoio para promover libertação animal e alimentação sustentável
Cinco projetos de regiões periféricas do Nordeste, Sudeste e Sul do país receberão R$ 20 mil cada para promover ações em prol da libertação animal e do veganismo periférico. As iniciativas foram selecionadas na 1ª edição do Fundo de Apoio a Periferias Antiespecistas (FunAPA), lançado em abril pela Mercy For Animals (MFA) no Brasil, uma das maiores ONGs do mundo dedicada ao fim da exploração animal.
A definição dos projetos contemplados (conheça cada um abaixo) foi feita por um júri formado pelas criadoras de conteúdo Carla Candace, Ellen Monielle e Luciene Santos (Sapa Vegana). Além do dinheiro, cada iniciativa receberá acompanhamento da MFA por três meses.
“Ficamos contentes de, entre 98 inscrições, selecionar cinco iniciativas presentes e atuantes em diferentes territórios periféricos do país”, destaca Lucas Lourenço, membro do Comitê de Diversidade, Equidade, Inclusão e Justiça da MFA.
- ONG lança cursos gratuitos online com temática antirracista
- Projetos promovem capacitação e autonomia financeira a pessoas negras
- Projeto de João Gordo distribui comida vegana a moradores de rua
- ‘Terreirão do Reduto’ faz roda no Dia das Mulheres
Conheça os projetos selecionados
Dona Gula (BA)
Liderada por Maria Aparecida de Araújo Gomes, a Dona Gula foca na produção e venda de salgados veganos em Ilhéus (BA), com foco na busca de produtos orgânicos diretamente com pequenos agricultores ou em feiras livres. Com o investimento, além de expandir o negócio, ela deseja aumentar a equipe, gerar renda para outras famílias e ensinar o que aprendeu.
Passarinhando com o Tiê-Sangue (SP)
Liderado pelo indígena Israel Raimundo dos Santos (Sassá Tupinambá) em Ilha Comprida (SP), o projeto Passarinhando com o Tiê-Sangue visa ensinar jovens e estudantes do ensino fundamental e médio a prática de observação de pássaros. A ideia é não apenas compartilhar conhecimento, mas também proteger a biodiversidade e, por sua vez, promover a preservação de terras, o que contribui para impedir o avanço da pecuária, além de fortalecer as lideranças indígenas locais.
Córrego da Fortuna Antiespecista (PE)
O projeto visa unir iniciativas veganas que surgiram na comunidade do Córrego da Fortuna, no bairro de Dois Irmãos, extremo norte de Recife (PE). A iniciativa foi inscrita por Akuenda Translésbicha Buarque de Souza, que se identifica como travesti e tem experiência de 10 anos com a causa antiespecista, além de ser fundadora da Dhuzati Antiespecista.
A proposta é que, a partir da atuação da Dhuzati, dos departamentos de Veterinária e Ciências Sociais da UFRPE e de escolas municipais do bairro, sejam realizados dois grandes eventos com oficinas, palestras, ações de colagem de lambes contra violência animal, mostra de vídeos e feira com expositores antiespecistas, bem como duas ações de formação antiespecista.
Crioula Curadoria Alimentar (RS)
Proposto por Bruna Pedroso Thomaz de Oliveira, de Porto Alegre (RS), o projeto Crioula Curadoria Alimentar tem como eixo o direito a uma alimentação adequada, respeitando a vida e direitos dos animais, com foco em mulheres pretas agentes na desconstrução do especismo.
Bazar Vegano Floripa na Chico (SC)
O projeto Bazar Vegano é desenvolvido na comunidade Chico Mendes, em Florianópolis (SC), e foi submetido pela Associação Revolução dos Baldinhos. O objetivo é realizar uma nova edição do evento ainda em 2022, liderado por pessoas pretas e periféricas.
A proposta é que o evento misture música, rodas de bate-papo, oficinas, arte, cultura e informação, tendo como um dos focos principais ampliar vozes dentre vários temas que perpassam alimentação, racismo e especismo.