ONG’s acusam EUA de abandonar cães no Afeganistão
Instituição resgata animais militares há mais de cem anos
Após quase 20 anos de ocupação no Afeganistão, o Exército dos Estados Unidos está sendo acusado de abandonar cães militares em Cabul desde que deixou o país na última segunda-feira, 30. Quem afirma é o grupo de direitos dos animais American Humane. E
Em nota, o CEO da instituição, Robin Ganzert, detalhou o suposto abandono. “Estou arrasado com relatos de que o governo americano está saindo de Cabul e deixando para trás bravos cães de trabalho contratados pelo Exército dos EUA para serem torturados e mortos pelas mãos de nossos inimigos”.
Desde que teve início a retirada das tropas norte-americanas circulam notícias sobre um suposto abandono dos animais que estariam enjaulados no aeroporto de Cabul.
Nesta semana, a organização de defesa dos animais PETA fez um apelo ao presidente Joe Biden para permitir o resgate dos animais. “Cerca de 70 cães antiexplosivos sentados em jaulas na pista do aeroporto” e outros 60 de diferentes especialidades, “trancados em um canil em um hangar do aeroporto, sofrendo calor, sem acesso suficiente a água ou comida”. “Além disso, dezenas de animais de estimação que pertencem a famílias americanas evacuadas (…) aparentemente foram soltos (…), com poucas chances de sobreviver”.
Governo nega acusação
Em meio às acusações, o governo justifica que os animais presentes no aeroporto estavam sob controle de uma ONG afegã. Alega ainda não se tratar de cachorros militares. “A missão prioritária dos EUA era a evacuação de cidadãos americanos, SIV (visto especial para imigrantes) e afegãos vulneráveis. No entanto, para corrigir relatos errôneos, os militares dos EUA não deixaram nenhum cão em gaiolas no Aeroporto Internacional Hamid Karzai”, disse uma porta-voz do Departamento de Defesa americano. “Apesar de uma missão retrógrada perigosa e complicada em andamento, as forças dos EUA fizeram de tudo que foi possível para ajudar os animais”.
A acusação, no entanto, vai ao encontro das declarações feitas pela general Kenneth McKenzie, chefe do Comando Central dos EUA, que chamou atenção para 73 aviões, blindados, minas terrestres e munições que ficaram no país.