Esse twitter divulgado hoje mostra uma lição simples: Bolsonaro sabe que, se eleito, terá dificuldade de governar com um discurso radical que coloque em risco a democracia.
É mais provável que seja derrubado pelo Congresso ou se torne um presidente incapaz de governar.
Jair Bolsonaro viu que o discurso radical serve para ganhar uma fatia do eleitorado – uma fatia expressiva, mas minoritária. É o pessoal que se seduz com as palavras de raiva e não se incomoda como os limites da democracia.
Mas esse discurso agora coloca em risco até mesmo sua eleição no segundo turno: suas falas passadas estão circulando por todo o país, gerando medo e insegurança. As pesquisas divulgadas hoje pelo Ibope e Datafolha mostra que ele é favorito. Mas sua posição deixou de ser confortável, entrando na esfera do imprevível
Uma boa parte das pessoas que o apoiam agora é apenas pela conveniência de não gostar do PT.
Depois das eleições, essa polarização desaparece. Bolsonaro terá de buscar aliados para governar e aprovar medidas duras.
Ele tem pela frente, por exemplo, uma reforma da previdência, que enfrenta monumentais resistências. Vai precisar negociar com o Congresso – e negociar com o Congresso significa concessões.
Não terá tantos aliados se continuar demonizando a imprensa, a oposição, os partidos. Bolsonaro terá de lidar com o Congresso, a Justiça, o Ministério Público, os jornalistas. E até com a burocracia do serviço público.
Se ele repetir ataques machistas, homofóbicos, estimular a violência e desrepeito à lei não conseguirá sobreviver.