Opinião: Bolsonaro vai reduzir a merenda escolar?

A proposta de Jair Bolsonaro de implantação de aulas à distância no ensino fundamental traz uma série de questões complexas. Ele se mostra simpático ao “homeschooling”, proibido no Brasil – as famílias terem direito de não mandarem os filhos à escola.

1) a criança que não for à escola, ficando em casa, vai ficar sem merenda escolar?
2) a Bolsa Família é condicionada à presença da criança na escola. A família vai perder a bolsa?
3) como será feito o processo de recuperação para o aluno que não aprendeu devidamente os conteúdos?
4) o que acontece se não tiver ninguém para acompanhar essa criança em casa, apesar da família preferir a educação à distância?
5) Já é difícil os adultos, mesmo motivados, completarem os cursos superiores à distância. Basta ver a gigantesca taxa de desistência. Não seria ainda mais difícil com crianças naturalmente dispersas?
Essas perguntas estão, por enquanto, no ar. A ideia foi jogada por Bolsonaro, mas sem nenhum detalhamento nem justificativa de pedagogos qualificados.
Grandes universidades como Harvard, Stanford e MIT, nos Estados Unidos, ainda estão em dúvida sobre os efeitos da educação à distância, constando a dificuldade de fixação da atenção dos alunos – apesar dos seus excepcionais conteúdos, preparados pelos melhores professores do mundo. E mesmo atraindo alunos esforçados em vários países.