Opinião: Ibope mostra que tudo pode até acabar no primeiro turno
Pesquisa do Ibope divulgada hoje deixa apenas para o campo do imponderável uma reversão da eleição para o segundo turno: a tendência inexorável é a disputa entre Fernando Haddad e Jair Bolsonaro.
Bolsonaro subiu 4 pontos ( 31%) e Haddad estacionou ( 21%). Ambos estão matematicamente empatados no segundo turno: 42%.
O fato, porém, que a estratégia de Ciro Gomes e Geraldo Alckmin se credenciarem como alternativa não está funcionando – e só existe mais poucos dias de horário eleitoral.
Ciro Gomes caiu de 12% para 11%. Geraldo Alckmin, mesmo com todo o seu horário eleitoral, ficou nos 8%. Marina Silva caiu ainda mais: 4%.
O que pode acontecer de novo – embora improvável – é o primeiro turno ser a etapa final.
Ganha quem quem tiver metade mais um dos votos válidos – ou seja, excluídos brancos e nulos. Como Bolsonaro, sabendo que um segundo turno torna sua eleição mais difícil, está fazendo força para encerrar o jogo já no próximo domingo. Tenta, assim, se credenciar como “voto útil” contra o PT, partindo para seduzir eleitores de Alckmin (PSDB), Amoêdo (Novo), Meirelles (MDB), Alvaro Dias (Podemos) e até um parte de Ciro Gomes (PDT).
Esse movimento tende a transformar Haddad no “voto útil” contra Bolsonaro, líder nas rejeições. Portanto, existe a possiblidade de o primeiro turno ser uma espécie de plebiscito entre quem é contra ou a favor do PT ou de Bolsonaro.