Opinião: Moro aceita ser ministro e dá ótima notícia para o PT
Hoje foi apenas uma formalização. Já se sabia, com certeza, que Sérgio Moro aceitaria ser ministro da Justiça de Jair Bolsonaro.
Para o presidente eleito é uma ótima notícia: um lance de marketing bem-sucedido. Trouxe para seu lado alguém identificado com a luta contra corrupção.
É uma boa notícia também para Lula e o PT. Na verdade, a cúpula do partido está torcendo para ele aceitar o convite.
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Era o argumento que o partido queria – sonhava, talvez – para atacar a Lavo Jato, acusando-a de estar a serviço de projetos eleitorais.
Já ontem a defesa de Lula, antes mesmo da confirmação oficial de Moro, usava o convite para atacar a Lava Jato.
“Participação atual do magistrado em processo de formação do governo do Presidente eleito a partir de sufrágio que impediu a participação do Defendente — até então líder nas pesquisas de opinião — a partir de atos concatenados praticados ou com origem em
ações praticadas pelo mesmo juiz; aceite do juiz, por meio de nota oficial, para discutir participação em governo do Presidente eleito que afirmou que iria ‘fuzilar petralhada’, que o Defendente deve ‘apodrecer na cadeia’ e que seus aliados têm a opção de ‘deixar o País
ou cadeia’.”
Foi graças a Moro que Lula, o candidato que estava em primeiro lugar nas pesquisas, foi preso e ficou de fora das eleições.
Na prática, ele ajudou eleitoralmente Bolsonaro.
O general Mourão comentou ontem que as sondagens a Moro começaram na campanha, feitas por Paulo Guedes.
Lembremos o seguinte fato: nas vésperas do primeiro turno, Moro soltou trechos da delação de Antonio Palocci, servindo como munição.
É tão óbvio que tudo isso que sobra apenas uma pergunta: Moro é burro, desonesto ou muito vaidoso?
O problema da vaidade é quando ela fica maior do inteligência.
Ele já começa com a credibilidade abatida entre seus pares e um pedaço expressivo da opinião pública – e , pior, lançando suspeitas sobre seu excepcional trabalho na Lava Jato.