Opinião: os dois maiores eleitores de Bolsonaro estão na cadeia
Será necessário um fato novo e extraordinário para evitar a vitória do deputado
Será necessário um fato novo e extraordinário para evitar a vitória de Jair Bolsonaro. Esta vitória tem dois grandes eleitores, ambos na cadeia: Lula e Adélio Bispo.
Pesquisa do BTG/FSB divulgada nesta segunda, 15, mostra uma diferença de 18 pontos entre Jair Bolsonaro e Fernando Haddad: 59% a 41%. Este é o resultado dos votos válidos, sem contar nulos e brancos.
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A imensa maioria dos eleitores – 70% – considera que Bolsonaro será o futuro presidente do Brasil.
A facada de Adélio Bispo teve três efeitos gigantescos: 1) deu uma mídia espontânea gigantesca a Bolsonaro, compensando seu escasso tempo de televisão; 2) paralisou seu processo de desconstrução nos meios de comunicação, especialmente no horário eleitoral; 3) colocou-o na condição de vítima do ódio.
Lula ajudou ainda mais. Para uma parte da população, ele é vítima de uma injustiça. Mas para outra parte maior está pagando por seus crimes.
Bolsonaro soube explorar a ideia de que o PT estaria a serviço de um presidiário para soltá-lo. Como o processo girou em torno da liderança de Lula até o último momento que a lei permitia, Fernando Haddad foi vendido apenas como um “fantoche”, sem personalidade.
A força de Lula foi capaz de colocar Haddad no segundo turno – mas agora serve como freio. A rejeição a Haddad, segundo a pesquisa BTG, já é maior do que a de Bolsonaro: 53% a 38%.
Se, por acaso, houver um fato novo e Haddad vencer, Lula será o maior responsável. Se perder, também. Afinal, ele impediu uma série de propostas para que o PT fosse vice de um candidato tido como mais moderado e vindo de outro partido _ Ciro Gomes.