Organizações ambientais protestam contra Temer na Noruega
O governo do país europeu anunciou que vai cortar pela metade o envio de dinheiro para o combate ao desmatamento no Brasil
O presidente Michel Temer foi recebido nesta sexta-feira, dia 23, sob protestos de organizações que trabalham em defesa do meio ambiente e dos direitos humanos em uma reunião com a primeira-ministra da Noruega, Erna Solberg.
A manifestação ocorreu um dia após o governo do país europeu anunciar que vai cortar pela metade o envio de dinheiro para o combate ao desmatamento no Brasil. Grupos indígenas e ONGs alertam que, diante da redução de recursos para o Fundo Amazônia, a proteção ambiental deve sofrer consequências.
O ato foi organizado com o objetivo de passar um recado a Temer. Segundo os ativistas, a direção política que o presidente está seguindo é um desastre, não somente à floresta tropical como também aos povos indígenas do país e aos defensores dos direitos humanos.
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Sônia Guajajara, uma das lideranças indígenas mais reconhecidas no Brasil, também esteve presente no protesto desta sexta-feira. Ela alerta que o presidente representa uma ameaça direta aos povos indígenas brasileiros. O desmantelamento da FUNAI, sendo promovido por Temer, pode criar sérias dificuldades para essas populações.
Guajajara pede que a sociedade internacional, e a Noruega em especial, exerçam pressão política para influenciar o país a acabar com a perseguição de ativistas e a destruição da floresta. “Temer não cumpre com suas obrigações e não respeita os direitos constitucionais. Os seus ataques aos direitos dos povos indígenas e ao meio ambiente são de uma magnitude nunca antes vista”, disse.
As ONGs organizadoras da manifestação pedem às autoridades norueguesas firmeza no diálogo com Temer, e pressão para que ele providencie proteção para os povos indígenas e suas lideranças, assim como o cumprimento das obrigações internacionais para redução do desmatamento e das emissões do Brasil.
“A Noruega tem que exigir que o Brasil cumpra com os seus deveres conforme acordos internacionais e nacionais. Quando a primeira ministra se reunir com o presidente Temer nesta sexta, é necessário que ela alerte, claramente, que a Noruega se verá obrigada a reduzir o seu apoio ao Fundo Amazônia de forma significativa, caso os ataques contra a floresta e seus povos continuem”, afirmou Lars Løvold, diretor da Rainforest Foundation Noruega.
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Desmatamento
No período de 2015 a 2016, o desmatamento da Mata Atlântica cresceu 57,7%, se comparado aos anos anteriores. O dado foi divulgado pela Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE) na última semana de maio.
O levantamento do novo Atlas da Mata Atlântica traz informações impactantes sobre o ano analisado: neste período, cerca de 290 quilômetros quadrados de florestas foram destruídos, representando o maior desmatamento do ecossistema nos últimos 10 anos.
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