Padre Júlio Lancellotti é atacado por milícias de jovens católicos
"Usam linguagem piedosa e agressiva, manipulam e invadem em nome de um deus cruel e opressor", disse o padre
O padre Júlio Lancelotti usou as redes sociais para denunciar os ataques que vem sofrendo de uma “milícia religiosa” formada por jovens católicos que não gostaram dos livros progressistas que ele indicou em uma celebração religiosa e em suas redes sociais.
Segundo o padre, ele foi “bombardeado” nas redes sociais, por mensagens no Whatsapp e com ligações.
“Hoje o dia foi denso e tenso . Pelas indicações de livros que fiz uma milícia de jovens católicos me bombardeou pelas redes sociais, até por ligações no cel , WhatsApp e mensagens, usam linguagem piedosa e agressiva, manipulam e invadem em nome de um deus cruel e opressor”, criticou Júlio Lancelotti.
- SP 470: 47 curiosidades sobre São Paulo que talvez você não sabia
- Padre Cícero é incluído no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria
- Padre Júlio Lancellotti recebe medalha da Ordem do Mérito
- Padre Júlio Lancellotti é atacado após foto segurando Jesus negro
Em um dos ataques, uma montagem troca a capa do livro “Teologia e os LGBT+” por um catecismo anticomunista. “Católicos falsificarem imagem e produzirem fakes por ódio é lamentável. Além de crime”, afirmou o padre.
Júlio Lancelotti indicou os livros: “O Deus das vítimas”, de Edevilson de Godoy; “Teologia e os LGBT+”, de Luís Corrêa Lima; e “Deus e o mundo que virá”, uma conversa do papa Francisco com o vaticanista italiano Domenico Agasso, repórter do jornal La Stampa e coordenador do site Vatican Insider, sobre a pandemia.
O livro que discute a questão LGBT dentro da religião teria incomodado mais. Ao indicar o livro, o padre deixou seu recado ao que chamou de “homofóbicos de plantão”: “Nossas palavras podem salvar vidas ou podem destrui-las”.
O padre Júlio Lancellotti é famoso pelo trabalho social que realiza junto às pessoas em situação de rua e em defesa dos direitos humanos. Recentemente, ele protagonizou a quebra na base de marretadas de pedras colocadas, pela Prefeitura de São Paulo, em um viaduto na zona leste da cidade, como medida para evitar a presença de pessoas em situação de rua, no local.