Guilherme mora na rua com fox e é um dos personagens que passaram pelo projeto

Com o objetivo de fazer as pessoas enxergarem a vida nas ruas, a página no Facebook “Rio Invisível” conta a história de moradores das ruas da cidade. A Fanpage que foi criada no inicio de setembro, já conta com mais de 14 mil curtidas e já relatou 11 histórias.

O projeto nasceu inspirado na versão paulista da página. “Logo no início da página deles fomos conversar para saber mais sobre o projeto e da possibilidade de estender aqui pro Rio. A recepção foi muito boa, eles nos deram indicações para manter a unidade do projeto e, ainda assim, liberdade para dar a nossa cara à página”, lembra Nelson Pinho (23), publicitário, que toca a página ao lado da jornalista Yzadora Monteiro(23).

A abordagem é feita de forma simples, “geralmente, a gente pede pra sentar, pergunta o nome da pessoa e explica o projeto. Tudo de um jeito descontraído. Alguns recuam quando pedimos para tirar foto, e aí a gente agradece e seguimos em frente.”, explica o estudante. Após a publicação da história e da imagem do entrevistado na página, os dois continuam em contato com o personagem para saber como foi a repercussão, já que muitas pessoas oferecem ajuda.

” O projeto está ganhando cara ainda. Estamos nos desenvolvendo e aprendendo a cada nova história. Temos algumas ideias pro futuro como formas de contribuir e suprir a necessidades dos entrevistados”,diz. Para o jovem, o projeto é o primeiro passo para uma mudança de conduta em relação a essas pessoas.

“Acho que o projeto ocupa um espaço importante, uma lacuna. Quando damos voz aos moradores de rua, eles viram sujeitos de suas histórias. Não são mais percepções terceiras sobre esse mundo da rua, que conhecemos tão pouco”, conclui Nelson. Confira a galeria com personagens que já passaram pela página:

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"“Onde eu moro? Eu moro na rua. Meu nome é Edmundo, tenho 73 anos. Vim pro Rio aos 18. Aí você vê, tem muitos anos, né? Mas já rodei muito. Nasci em Maceió, de lá fui pra Recife, depois pra Bahia e aí vim pra cá. "

“Meu nome é Sérgio, sou ajudante de pedreiro (...) tive que vir pra rua, não faz nem um mês. Converso com as pessoas, mas não consigo falar das minhas tristezas."

"“Meu nome é Alessandra, sou do Amazonas e vim parar no Rio pelo destino. Moro na Ilha do Governador há três anos, mas venho pro centro com meu marido catar latinha há um ano e passo três dias sem voltar pra casa."

""Meu nome é Amadeu, vim da Paraíba para o Rio aos 20 anos. Na época, me indicaram para um trabalho de decoração em uma loja do Catete. Houve um desentendimento e saí de lá, mas não do bairro. Gosto daqui, tem a praia pra ver… Vou ficando. Estou sempre com o rádio para ouvir música, mas agora ele pifou."

"“Meu nome é Dorian, D-O-R-I-A-N. Nasci dia 23 de janeiro de 1960. Moro na rua desde 1992, fui expulso de casa um ano depois que meu pai morreu. "

""Meu nome é Sérgio e sou da Natureza. Vim do Amazonas e, antes da década de 60, passei por Brasília, quando estava em construção. Depois, vim descendo. Em São Paulo, uma família me adotou e registrou. Nunca estive sozinho, mas as pessoas foram ficando pelo caminho."

Para ler essas histórias completas e outras, basta acessar a página do Rio Invisível.

Página no Facebook conta histórias de pessoas em situação de rua

Página tem o intuito de dar voz aos moradores de rua