Palhaços levam alegria para asilos e comunidades do Rio

Grupo que se veste de palhaço usa violência como incentivo para levar alegria às pessoas

28/04/2014 14:12 / Atualizado em 06/05/2020 16:03

Fazer as pessoas felizes através de ensinamentos sobre cultura da paz, solidariedade e cooperativismo. Essa é a intenção do Coletivo Experiamentalismo Brabo, que promove seu trabalho em asilos e comunidades e é composto por profissionais de arte, saúde e biblioteconomia, que se vestem de palhaço e levam alegria para pessoas que nem sempre têm muitos motivos para sorrir.

A ideia nasceu no Complexo de Favelas de Manguinhos, uma área conhecida como Faixa de Gaza, por conta de seus episódios de violência, a partir da interação entre membros de duas instâncias culturais do território: o Ecomuseu de Manguinhos e o Projeto CAIS (ICICT/FIOCRUZ e Cooperação Social/FIOCRUZ).

Em setembro de 2013 o CAIS acabou, mas a ideia se manteve e o projeto pôde ser tocado.

Na coordenação do Coletivo Experimentalismo Brabo estão o Mestre em Ciências Leonardo “Salo” e a pedagoga hospitalar Cléo Lima. Além dos territórios favelizados, o grupo também realiza um trabalho com idosos, no Abrigo do Cristo Redentor, em São Gonçalo.

De acordo com Leonardo Salo, um dos responsáveis pelo projeto, a ideia “por enquanto é atuar no Complexo de Manguinhos e no asilo em São Gonçalo. “Para o abrigo, conseguimos um apoio da Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro, vencemos um edital ano passado e estamos nos preparando para começar um projeto chamado Geração da Leitura, onde trabalharemos memória e história oral dos idosos, a leitura “deles mesmos”. Para Manguinhos, ainda estamos buscando, todavia já começamos nossas atividades em ambos, de forma voluntária”.

Segundo Salo, o coletivo percorre as ruas das favelas e vai aos asilos com um projeto realizado por palhaços que fazem as pessoas pensar na vida.

“Temos uma atividade chamada passeio brabo, nela os palhaços do grupo percorrem o território numa perspectiva de escuta. O passeio brabo tem o intuito de nos dar um diagnóstico do território, para que possamos realizar um direcionamento para as atividades de brincação, o ato de brincar: trabalhar com o lúdico, com leitura e contação de histórias e tentar trabalhar um pouco com algumas práticas que vem sendo esquecidas. Asilo e favela têm muita coisa em comum, desde a falta de políticas públicas e o abandono por parte do Estado, até uma de suas cruéis consequências que é a questão da invisibilidade, conforme conversamos anteriormente.

A necessidade de falar sobre suas aflições, ou de ganhar um abraço, a surpresa pela nossa presença e escuta e a alegria do encontro são bastante semelhantes”.

Confira mais sobre o trabalho do coletivo na fan page do grupo.