Palmirinha fala sobre violência doméstica que sofreu de ex-marido
"Eu estava sempre com o olho inchado, machucada, com roxos pelo corpo", disse a ex-apresentadora
Em entrevista à VEJA, uma das figuras mais queridas da televisão brasileira, a cozinheira Palmirinha Onofre, de 86 anos, falou sobre o futuro de sua carreira e relembrou os casos de violência doméstica que sofreu durante o casamento com o pai de suas três filhas.
Desde que o grupo Fox deixou de renovar seu contrato, há dois anos, Palmirinha segue como autora de livros e revistas de culinária, atuando nas redes sociais e também como garota-propaganda de comerciais. Antes, ela trabalhou por quatro anos ao lado de Ana Maria Braga no “Note e Anote”, da Record, e por mais de dez na TV Gazeta, antes de entrar no canal pago Bem Simples, de 2012 a 2015.
Além de comentar sobre os desejos na profissão, a cozinheira contou sobre a infância dura, o casamento violento com o ex-marido e as duas doenças graves que teve – um câncer de útero, na década de 1980, e depois uma infecção urinária que quase evoluiu para uma generalizada, em 2013.
Em relação ao relacionamento com o marido, ela declarou: “A família dele era boa, mas ele, infelizmente, não contribuiu para que a gente continuasse junto. Depois que as minhas filhas mais velhas se casaram e saíram de casa, depois de 20 anos de casamento, eu falei: ‘Chega’. Ele me maltratava muito. Eu segurei, porque pensava que, se me separasse, minhas filhas poderiam não ter um bom casamento. Mulher separada não era bem vista”.
Ao ser questionada pela reportagem se ele a agredia fisicamente, Palmirinha fez um relato impactante. “Eu estava sempre com o olho inchado, machucada, com roxos pelo corpo”, disse.
“Naquela época, tinha o Mobral (Movimento Brasileiro de Alfabetização) e eu me matriculei para tentar terminar os estudos. Eu trabalhava durante o dia e estudava à noite. Quando eu chegava em casa, ele achava que eu estava em outro lugar e era aquele auê”, completou.
Em seguida, a cozinheira ainda afirmou: “Nunca fui revoltada por causa disso, sempre fui alegre, feliz. Nunca fiz as minhas filhas pagarem pelo que sofri. Tem mãe que desconta nos filhos. Eu não. Sempre tive o maior carinho, usava roupa bem velha para que elas pudessem ir arrumadinhas para a missa”.
De acordo com Palmirinha, ela fechava a porta e mandava as filhas irem a outro quarto para não verem as agressões. No entanto, elas sempre presenciavam as cenas. Após a separação, a cozinheira lembra que se sentia muito sozinha e com saudades das filhas.
“Duas eram casadas, eu não queria preocupá-las, e a mais nova viajava muito com a senhora para quem eu trabalhei, que era madrinha dela. Sentava no sofá e não tinha vontade nem de comer de tanta saudade (pausa e se emociona). Chorava sozinha. Não tinha ninguém que ficasse comigo. Nunca tive amigas. Minhas amigas eram as minhas filhas”, finaliza.
Leia a entrevista completa neste link.
- O Catraca Livre compilou os melhores momentos de Palmirinha. Confira abaixo: