Papa Francisco abrirá arquivos secretos da 2ª Guerra Mundial
A decisão implicará na revelação da atuação do papa Pio XII durante o Holocausto
O papa Francisco anunciou nesta segunda-feira, 4, que abrirá os arquivos secretos do Vaticano referentes à 2ª Guerra Mundial e ao papa Pio XII, pontificado entre 1939 e 1958, no dia 2 de março de 2020.
O pontífice é acusado por alguns historiadores de manter silêncio sobre o Holocausto e fechar os olhos para as perseguições a judeus promovidas pelos nazistas. No entanto, ao fazer o anúncio sobre a revelação dos documentos, o papa Francisco afirmou: “A Igreja não tem medo da História”. Ele ainda destacou que o legado de Pio XII é tratado com “certo preconceito e exagero”.
Segundo o Vaticano, Pio XII, na realidade, utilizou da diplomacia nos bastidores para salvar judeus diante dos muitos católicos que viviam em regiões ocupadas por nazistas. A visão contrária à Igreja alega que o religioso nunca protestara contra os crimes do nazismo, quando a poucos metros do Vaticano, mais de 1 mil pessoas foram deportadas para Auschwitz e retornaram apenas 16 no ano de 1943.
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Espera-se, finalmente, que a abertura dos documentos possa trazer à tona a verdade por trás das especulações. Organizações judaicas pedem há décadas pela abertura desses documentos, tanto é que a Comissão de Judeus Americanos (AJC, na sigla em inglês), um dos principais grupos judaicos do mundo, elogiou a decisão de Francisco.
“É particularmente importante que especialistas dos principais institutos em memória ao Holocausto em Israel e nos Estados Unidos avaliem objetivamente da melhor forma possível os registros históricos da época mais terrível, para reconhecer tantos as falhas como os esforços valentes feitos durante o período de Shoah”, escreveu em e-mail o rabino David Rosen, diretor internacional de assuntos inter-religiosos da Comissão, mencionando a palavra hebraica para se referir ao Holocausto.