Para a maioria dos brasileiros, “escravo” cubano tem vida de rei
O debate sobre os “escravos” cubanos, segundo definição de Jair Bolsonaro, ajuda mostrar o padrão de vida dos brasileiros.
Um médico cubano ganha salário mensal de R$ 3 mil líquidos – ou seja, já descontados os impostos. Também ganham camisa e comida grátis, bancadas pela prefeitura.
Portanto, a renda líquida do médico cubano giraria no mínimo em torno de R$ 8 mil.
Para um brasileiro ganhar essa renda líquida seria necessário um salário em torno de R$ 10 mil mensais – o que o coloca na classe A. Ou seja, os mais ricos.
Segundo o IBGE, a Renda média do brasileiro foi de R$ 1.268 em 2017;
Menos de 1% da população brasileira é rica. Isto significa que 1,5 milhão de pessoas ganha mais de R$ 8 mil (precisamente R$ 8.518,04). O salário médio per capita de uma família rica, desde que as quatro pessoas trabalhem, é de R$ 2.129,51.
Ou seja, o “escravo” cubano faz parte de 1% mais rico do Brasil.
A classe D e E, com renda familiar até 1 salário mínimo, são 27%; classe C, com renda média de 1 a 3 salários, 49% do total.
Somadas as três classes mais pobres, elas representam 76%.
A conclusão é simples: para a maioria dos brasileiros, os “escravos” cubanos têm vida de rei.