Para Bolsonaro problema de licenciamento de obras é cocozinho de índio

As declarações sobre cocô estão em alta nos discursos do presidente

12/08/2019 20:50

Para o presidente Jair Bolsonaro (PSL) o problema de licenciamento de obras é “cocozinho de índio”, segundo declaração dada, nesta segunda-feira, 12,  em Pelotas, no Rio Grande do Sul, durante cerimônia de inauguração da duplicação de 47km de rodovia que liga Porto Alegre ao Porto de Rio Grande.

Para Bolsonaro problema de licenciamento de obras é cocozinho de índio
Para Bolsonaro problema de licenciamento de obras é cocozinho de índio - Agência Brasil/Felipe Guimarães

Bolsonaro disse que fezes de indígenas podem atrapalhar licenciamentos de obras importantes.

“Quando falam em terminal de contêiner, vale a pena. Há anos um terminal de contêiner no Paraná, se não me engano, não sai do papel porque precisa agora também de um laudo ambiental da Funai. O cara vai lá, se encontrar —já que está na moda— um cocozinho petrificado de um índio, já era. Não pode fazer mais nada ali. Tem que acabar com isso no Brasil. Tem que integrar o índio na sociedade e buscar projeto para nosso país”, disse o presidente.

Bolsonaro não especificou qual obra estaria sendo prejudicada por “cocozinho petrificado” de indígenas.

O que diz a Funai

Segundo a Funai, entidade que participa dos licenciamentos ambientais de obras que afetam áreas indígenas, os direitos dos índios estão previstos  na Constituição.

“A Constituição Federal brasileira de 1988 prevê a garantia dos direitos indígenas. No § 3º do art. 231, ela estabelece que o aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os potenciais energéticos, a pesquisa e a lavra das riquezas minerais em terras indígenas só podem ser efetivados com autorização do Congresso Nacional, ouvidas as comunidades afetadas”, informa o órgão.

Fixação fecal

As declarações de Bolsonaro sobre o “cocozinho petrificado” acontecem depois de em uma entrevista  a um repórter, sugeriu que ele fizesse cocô dia sim, dia não para ajudar a diminuir a poluição no planeta.

“É só você deixar de comer menos um pouquinho”, respondeu. “Você fala para mim em poluição ambiental. É só você fazer cocô dia sim, dia não, que melhora bastante a nossa vida também.”, disse ao jornalista.