Para ministro do STF, Joaquim Barbosa é ‘negro de primeira linha’
O ministro Luís Roberto Barroso deixou o racismo escapar ao tentar elogiar o ex-ministro do STF Joaquim Barbosa
O ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa viu o racismo escapar de seu ex-colega de tribunal, Luís Roberto Barroso.
O comentário infeliz e racista aconteceu durante uma cerimônia envolvendo Barbosa, Barroso, Ricardo Lewandowski e outros ex-presidentes da corte, segundo o jornal O Globo.
“A universidade (Uerj) teve o prazer e a honra de receber um professor negro, um negro de primeira linha vindo de um doutorado de Paris”, disse Barroso para Joaquim Barbosa, que ficou visivelmente incomodado com o “elogio”, afirma a mesma reportagem.
Obviamente, a “homenagem” gerou críticas:
https://twitter.com/titiabdalla/status/872818471503110146
Luís Roberto Barroso, o excelentíssimo se considera um branco de primeira linha? https://t.co/JmhhJW1ii4
— Sassá (@stagurgel) June 8, 2017
Barroso chama Joaquim Barbosa de 'negro de primeira linha : O que seria um negro de segunda, terceira , quarta ou quinta linha?!
— jorge fernandes (@Oliveira2015Jf) June 8, 2017
Kkkkkk o racismo embutido! //Barroso chama Joaquim Barbosa de 'negro de primeira linha' em discurso https://t.co/9OcuSI89FJ
— teresinhalopes🇧🇷🇮🇱 (@teresinhalopes) June 8, 2017
Barbosa não se pronunciou sobre o fato.
A fala racista aconteceu no dia seguinte à declaração de Joaquim Barbosa sobre a chance de se candidatar à presidência, admitindo que está sendo sondado por partidos para a eleição de 2018.
Desculpas
Durante abertura de sessão na tarde desta quinta-feira, Luís Roberto Barroso pediu desculpas pela frase, segundo o G1.
“Primeira linha se referia, como intuitivo, a acadêmico. E a referência a negro era para celebrar uma pessoa que havia rompido o cerco da subalternidade, chegando ao topo da vida acadêmica”.
“Contudo, manifestei-me de um modo infeliz e utilizei a expressão ‘negro de primeira linha’. Não há brancos ou negros de primeira linha porque as pessoas são todas iguais em dignidade e direitos sendo merecedores do mesmo respeito e consideração”, continuou.
“Gostaria de pedir desculpas às pessoas a quem possa ter ofendido ou magoado com essa afirmação infeliz. Gostaria de pedir desculpas, sobretudo, se, involuntária e inconscientemente, tiver reforçado um estereótipo racista que passei a vida tentando combater e derrotar”, disse.
*Texto atualizado às 15h55
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