Patroa força zeladora a passar desodorante: ‘Preta fedida’

O caso aconteceu em Sinop, a 500km de Cuiabá

03/07/2018 21:26

Mulher é vítima de racismo em Sinop
Mulher é vítima de racismo em Sinop - Reprodução

Uma reportagem do site “O Livre”, do portal “Metrópoles”, aponta que uma zeladora de 33 anos foi vítima de racismo em seu ambiente de trabalho, ao ser obrigada pela patroa a passar desodorante e, ainda, ser chamada de “preta fedida”.

O caso aconteceu na cidade de Sinop, localizada a 500km da capital Cuiabá. No momento, ela realizava suas funções quando teve a atenção chamada por sua patroa, que pediu para ela passar a colônia.

A zeladora, então, questionou se estava “fedendo”, ao que a mulher respondeu que não, mas afirmou que pessoas escuras de “tom preto” como ela costumavam feder muito.

“Na hora me senti totalmente desconfortável, mas peguei o produto e comecei a passar. Ela não ficou satisfeita, tomou o desodorante da minha mão e esfregou no meu corpo com muita força, machucou minha pele e principalmente minha dignidade. Nunca me senti tão humilhada”, disse a vítima à reportagem de “O Livre”.

“Não consegui segurar o choro, chorei muito, isso a irritou profundamente, foi o que fez ela iniciar uma série de ofensas e xingamentos contra mim. Ela me chamou de preta fedida. E eu só queria realizar o meu trabalho”, contou.

A trabalhadora procurou uma delegacia do munícipio para denunciar o crime e a mulher deverá ser enquadrada no crime de injúria racial, crime previsto no artigo 140, parágrafo 3º do Código Penal, que estabelece a pena de reclusão de um a três anos e multa, além da pena correspondente à violência, para quem cometê-la.