Paulo Coelho se dispõe a custear festival antifascista negado pelo governo
"O objetivo e finalidade maior de toda música não deveria ser nenhum outro além da glória de Deus e a renovação da alma", diz o parecer técnico da Funarte
Durante a madrugada desta quarta-feira, 14, o escritor Paulo Coelho se dispôs a custear com o Festival do Capão, evento que acontece na Chapada Diamantina, na Bahia, e que foi reprovado pela Fundação Nacional de Artes (Funarte) de ter apoio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet). No parecer técnico que nega pagar pelos custos do festival é citado Deus. Uma publicação de divulgação do evento em uma rede social afirma que a festa é antifascista.
Com uma fotografia ao lado da esposa, Christina Oiticica, com quem lidera uma fundação, Paulo disse: “A Fundação Coelho & Oiticica se oferece para cobrir os gastos do Festival do Capão, solicitados via Lei Rouanet (R$ 145,000). Entrem em contato via DM [mensagem direta, em tradução livre] pedindo a alguém que sigo aqui que me transmita. Única condição: que seja antifascista e pela democracia”.
Funarte nega apoio
A Funarte negou o pedido de apoio do Festival de Jazz do Capão, via Lei Rouanet, e citou Deus em um parecer técnico de reprovação. O documento da Funarte fala de uma publicação em rede social em que o evento se posiciona como “um festival antifascista e pela democracia”, para dar base ao parecer.
A publicação do Festival, feita em 1º de junho do ano passado, diz: “Não podemos aceitar o fascismo, o racismo e nenhuma forma de opressão e preconceito”.
No texto, a Funarte menciona uma frase atribuída ao músico alemão Johann Sebastian Bach (1685-1750): “O objetivo e finalidade maior de toda música não deveria ser nenhum outro além da glória de Deus e a renovação da alma”.
O parecer ressalta também que “por inspiração no canto gregoriano, a Música pode ser vista como uma Arte Divina, onde as vozes em união se direcionam à Deus”. Também diz que “A Arte é tão singular que pode ser associada ao Criador”.