Pela primeira vez Catraca, MBL, Bolsonaro e PT se unem numa causa
Brasil se une contra o aumento de salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal
Pela primeira vez, a Catraca Livre e o MBL apoiam uma mesma causa: a luta contra o aumento do salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Assim como o PT e o presidente eleito Jair Bolsonaro.
O aumento foi aprovado na tarde desta quarta-feira, 7, pela maioria do Senado e agora precisa ser sancionado pelo presidente Temer. A Catraca adotou desde o início uma petição, criada pelo Partido Novo, que pede o veto de Temer ao reajuste. Para aderir à campanha, que já tem mais de 1,3 milhão de assinaturas, basta clicar aqui.
O coordenador nacional do MBL, advogado Rubinho Nunes, entrou com uma ação popular contra o Senado com o objetivo de de suspender o aumento, considerando-o ilegal.
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Nunes ainda afirma que “a Lei de Responsabilidade Fiscal é clara, objetiva e pragmática ao estabelecer a observância do prazo de 180 dias antes do final do mandato para a aprovação do ato que gere despesa com pessoal”.
O PSOL, de Guilherme Boulos, também entrou na Justiça contra o aumento. Segundo o partido, houve uma alteração do texto no Senado. Portanto, deveria voltar para a Câmara, onde já havia sido aprovado em 2016.
O aumento foi criticado também por Bolsonaro e seu aliados e pela presidente do PT, Gleise Hoffmann. Com tantos apoios, a hashtag #aumentonão virou Trending Topic mundial no Twitter e, no Brasil, ficou em primeiro lugar.
Divididos pelas eleições marcadas pelo ódio, os brasileiros hoje estão unidos. Em uma enquete entre os leitores da Catraca Livre, 98% disseram reprovar o aumento.
A petição
De acordo com o texto da campanha virtual, acompanhada pela hashtag #AumentoNão, que figurou entre os assuntos mais comentados do Twitter, “primeiro os parlamentares aumentam o salário dos ministros do STF para ampliar o teto constitucional, assim conseguem aumentar os próprios salários e em outras áreas públicas. Isso causa um efeito cascata e retroativo que o Brasil não suporta mais”.
A proposta de aumento de R$ 6.000 nos salários dos ministros do STF e da procuradora-geral da República, que passará a ser de R$ 39 mil mensais, causa um impacto de R$ 6 bilhões por ano nas contas nacionais e diz que “os brasileiros não toleram mais pagar a conta”.