Perícia conclui: não há indícios de disparos no carro de menino morto pela PM
Resultado apresentado pela perícia ainda revela que cena do crime sofreu alterações; policiais depõem nesta sexta-feira, 9
Segundo resultado da mais recente perícia, que apura o assassinato do garoto de 10 anos, Ítalo Ferreira de Jesus Serqueira, durante perseguição policial na Zona Sul de São Paulo, a cena do crime sofreu alterações. Além disso, destaca-se a ausência de indícios que de que a vítima teria efetuado disparos de dentro do carro – o que derruba a versão dos militares, que justifica a letalidade do episódio com base em uma suposta troca de tiros.
Ainda na versão dos legistas, o carro roubado encontrava-se revirado e o garoto baleado havia sido mexido. A exemplo de outros episódios envolvendo execuções, a arma que um deles teria, supostamente, usado para atirar nos policiais não estava no local e foi recolhida pela PM e levada ao Departamento de Homicídios. Após a avaliação da cena do crime, não foi comprovado qualquer registro de disparos feitos de dentro para fora do carro.
“Qual mentira vou acreditar ?”
Desde o último dia 2 de junho, data do assassinato do menino, um advogado, que é testemunha do caso, mudou sua versão e afirmou ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) não saber a origem dos disparos ouvidos. Morador do Morumbi, bairro onde os meninos bateram o carro, seu depoimento teve duração de quatro horas; apesar disso, não sanou as principais dúvidas sobre o caso.
Entre idas e vindas, o advogado disse à polícia que estava na rua onde houve a perseguição policial e, mediante a isso, ouviu um disparo. Apesar disso, não soube precisar de onde partiu o disparo: dos policiais ou das duas crianças. Na primeira versão, a testemunha afirmou que a dupla havia atirado contra os policiais. Após uma semana de investigações, a polícia ainda não sabe ação dos PMs foi legítima ou execução.
Policiais depõem nesta sexta-feira
Segundo notícia do portal G1, os quatro PMs envolvidos no caso prestarão depoimento nesta sexta-feira, 9. Na última quarta-feira, 8, a mãe do menino assassinado prestou depoimento no departamento de homicídios. Em breve, deverá ser realizada a reconstituição.
O menino de 11 anos , que também estava no carro, já manifestou três diferentes versões sobre o que aconteceu na noite da quinta-feira, 2 de junho. Na atual versão, dita à psicóloga, ele afirma que o amigo não estava armado. Confira a matéria na íntegra na página do portal G1.