Periferia é periferia: as cidades que concentram 80% dos assassinatos cometidos por policiais

Com informações da BBC Brasil

No dia 13 de agosto de 2015, Osasco, na região metropolitana paulista, foi cenário da maior chacina da história do estado, com 16 mortes em uma só noite. Na mesma cidade, uma em cada três mortes violentas foi resultado da ação da Polícia Militar ou Civil.
Em reportagem divulgada pela BBC Brasil na última segunda-feira, 14 de março, números que envolvem o genocídio da população pobre, negra e periférica da maior cidade da América Latina ganham destaque em dados, levantamentos e pesquisas sobre o tema.

Em 2014, as mortes praticadas por policiais no estado – que é considerado o mais rico do Brasil – revelam que a violência tem lugar certo e precisão: apenas 17 dos 645 municípios paulistas concentram 81% dessas ocorrências, segundo informações da Polícia Civil.

No dia 13 de agosto de 2015, Osasco foi palco da maior chacina do estado, com a morte de, ao menos, 16 pessoas

O detalhamento da letalidade policial, ainda inédito no país, foi obtido pela Lei de Acesso à Informação em parceria com a Fundação Getúlio Vargas. O governo paulista divulga apenas o total do estado e capital paulista.

Nos últimos três anos, o uso da força policial registrou uma exponencial ascensão e subiu 82,4% entre 2013 e 2014 – ainda que no mesmo período o número total de homicídios tenha sofrido queda de 3,3%.

As 17 cidades que registraram quatro em cada cinco mortes por policiais no Estado em 2014 foram São Paulo, Campinas, Guarulhos, Santo André, Diadema, São Bernardo do Campo, Osasco, Jundiaí, Sorocaba, Itaquaquecetuba, Carapicuíba, Ribeirão Preto, São José dos Campos, Guarujá, Mauá, Mogi das Cruzes e Praia Grande.

Juntas, essas cidades representam 49% da população, 51% dos homicídios e 75% dos roubos no período em questão. Confira a matéria na íntegra na página da BBC Brasil.