Pescadores fazem força-tarefa para tentar salvar os peixes da enxurrada de lama em Mariana
Em meio à tragédia ocorrida na última quinta-feira (5) no rio Doce, famílias de pescadores de Mariana (MG) que utilizavam a pesca como sua fonte de sustento criaram a “Operação Arca de Noé”, na qual convocam mutirões para tentar transferir os peixes do rio contaminado para lagoas de água limpa.
O rompimento de duas barragens de rejeitos da mineradora Samarco, cujas controladoras são a Vale e a BHP, resultou em uma enxurrada de lama que inundou casas no distrito de Bento Rodrigues.
De acordo com o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Baixo Guandu, que fez análises laboratoriais de amostras da água do rio, foi detectada na amostra a presença de partículas de metais pesados como chumbo, alumínio, ferro, bário, cobre, boro e até mesmo mercúrio.
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Força-tarefa voluntária tenta salvar os peixes
Dado esse cenário, pescadores e voluntários estão realizando uma força-tarefa que opera em locais que ainda não foram atingidos pela enxurrada de lama – que já chegou ao estado vizinho, Espírito Santo.
Em um esquema de improviso, peixes como dourados, pacus, pintados e tucunarés estão sendo transferidos para caixas d’água, caçambas e lonas plásticas. Em reportagem da BBC Brasil, analistas estimam que a passagem da lama e de produtos químicos tenha levado milhares de peixes e outros animais aquáticos à morte por asfixia.
A BBC Brasil teve acesso a fotos, vídeos e mensagens de áudio compartilhados por pescadores em grupos de WhatsApp, ferramenta utilizada para documentar a tragédia e fazer denúncias e convocações.
Um pescador não-identificado fez uma gravação alertando sobre a gravidade da situação: “Quem puder (deve) ir para o rio para pegar a maior quantidade de peixes possível, de rede, de qualquer jeito, e soltar nas lagoas. A informação que tem é que vai morrer tudo”.
Questionada sobre a ação dos pescadores, a Samarco disse, em nota, que “adotará as ações necessárias para identificação e mitigação dos impactos e reportará aos órgãos ambientais competentes”, embora ainda não tenha informado detalhes de seu plano emergencial. Confira mais informações no site da BBC Brasil