Em artigo, pesquisadores da USP criam mapa da poluição do mundo
Dados mostram que países com menor produção cientifica sobre poluição têm mais poluentes no ar
Artigo publicado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) na revista Nature Reviews Cancer apresenta um mapa da poluição mundial, que revela como os países com piores índices de qualidade do ar também possuem a menor produção científica sobre o tema. Ele foi publicado por Laís Fajersztajn, Mariana Veras, Ligia Vizeu Barrozo e Paulo Saldiva.
O mapa constata que a países desenvolvidos da América do Norte e Europa têm índices mais baixos de poluição, enquanto a países em desenvolvimento na América do Sul, norte da África e regiões da China e Índia possuem taxas mais altas.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que o ar tenha menos de 20 microgramas de material particulado inálavel por metro cúbico do ar. Os países desenvolvidos possuem uma média entre 5 e 20 microgramas por m3, enquanto os mais pobres possuem entre 71 e 142 microgramas por m3.
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O Brasil está na mesma faixa dos Estados Unidos, mas a média considera toda a área do país, que possue regiões mais poluídas do que outras.
Segundo os autores da pesquisa, os países em desenvolvimento contribuíram em apenas 5% das pesquisas já realizadas sobre o tema. Os pesquisadores utilizaram dados de densidade populacional e poluição atmosférica disponíveis no site do Banco Mundial, reunidos pelo Web of Science.
O grupo de pesquisadores também compilou o número de mortes prematuras relacionadas diretamente à poluição atmosférica. No decorrer dos anos, a tendência que esses números superem as mortes causadas por malária e falta de saneamento.
Para a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), os poluentes vão se tornar a principal causa de mortes prematuras relacionadas às problemas ambientais até 2050.