Petisco canino tem substância usada para resfriar motores e radiadores de carros

Os especialistas apontam quantidades elevadas de cristais nos túbulos renais, sugestivo de intoxicação por "etilenoglicol”

Exames realizados pela Universidade Federal de Minas Gerais em dois cães com suspeita de contaminação depois de comerem petiscos para cachorros da empresa Bassar apontaram “cristais nos túbulos renais compatíveis com cristais de oxalato de cálcio”.

Petisco canino tem substância usada para resfriar motores e radiadores de carros
Créditos: Reprodução/TV Globo
Petisco canino tem substância usada para resfriar motores e radiadores de carros

“Quantidades elevadas de cristais nos túbulos renais é indicativo, sugestivo de intoxicação por etilenoglicol”, explica Felipe Pierezan, professor de patologia veterinária da UFMG, a TV Globo.

De acordo com Leonardo Bosco de Lara, especialista em alimentação animal da UFMG, o etilenoglicol é uma substância tóxica, geralmente usada para resfriar motores ou radiadores de carros. Por conta disso, não deve ser ingerido.

“Ele altera o metabolismo das membranas celulares. São desde sintomas agudos de vômito, diarreia, chegando até os rins, que são os mais afetados. Chegando até a sintomas neurológicos seis dias após a ingestão do etilenoglicol”.

Exames feitos em petiscos entregues por tutores de animais que passaram mal ou morreram indicaram resíduos de etilenoglicol em lotes dos rótulos Every Day e Dental Care. O petisco Petz Snack Cuidado Oral continua em análise.

O caso

A A&D Química disse que seus produtos não tem destinação alimentícia, sendo destinados de forma exclusiva para a fabricação de itens para higiene e limpeza. E afirmou ainda que é uma empresa revendedora e não é fabricante ou importador de produtos químicos.

A Petz, responsável por uma das marcas envolvidas no caso, diz que adota rigorosos processos de qualidade juntos aos fornecedores e que retirou voluntariamente todos os produtos investigados das lojas em todo país.

Na última sexta-feira, 9, o ministério determinou também que todas as empresas de alimentos e mastigáveis no Brasil façam, em dez dias, análises em produtos que contenham propilenoglicol em sua composição.

A Polícia Civil em Minas diz que o inquérito não possui prazo pra ser concluído.