PF antecipou para Flávio Bolsonaro operação contra Queiroz

Em entrevista à Folha, empresário falou que Polícia Federal avisou sobre operação sigilosa e aconselhou que Flávio demitisse Queiroz

17/05/2020 13:29 / Atualizado em 19/05/2020 09:05

Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, o empresário Paulo Marinho revelou que Flávio Bolsonaro foi avisado com antecedência por um membro da Polícia Federal (PF) sobre a deflagração da Operação Furna da Onça, que expôs detalhes do esquema comandado por seu assessor Fabrício Queiroz no período em que eles trabalharam juntos na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

Marinho foi um dos apoiadores mais importantes de Jair Bolsonaro durante a campanha presidencial de 2018 e candidato suplente na chapa de Flávio na corrida ao senado.

Durante a entrevista, o empresário afirmou que a informação da PF vazou entre o primeiro e o segundo turno das eleições e que os polícias teriam segurado a operação para que ela não influenciasse o resultado das urnas.

Flávio teria sido aconselhado a demitir Fabrício Queiroz para que escândalo da “rachadinha” não prejudicasse campanha eleitoral
Flávio teria sido aconselhado a demitir Fabrício Queiroz para que escândalo da “rachadinha” não prejudicasse campanha eleitoral - Reprodução / Facebook

À Folha ele também disse que Flávio Bolsonaro foi aconselhado a demitir Fabrício Queiroz e a filha dele, o que de fato aconteceu. Os dois foram exonerados no dia 15 de outubro de 2018.

Marino conta ainda que foi procurado pelo filho 01 do presidente em dezembro do mesmo ano. Ele estava “absolutamente transtornado” porque o escândalo de Queiroz já estampava as manchetes de todos os jornais e ele temia que isso trouxesse consequências para o governo de seu pai. Com isso, ele teria pedido que o empresário o ajudasse com um advogado criminal.

Caso Queiroz

Fabrício Queiroz foi assessor de Flávio Bolsonaro quando ele atuava como deputado estadual na Alerj. Queiroz é acusado de operar um esquema de “rachadinha”,  coagindo funcionário do gabinete a devolver parte de seus salários.

O Ministério Público do Rio investiga o caso e acredita que Flávio tenha se beneficiado do esquema, levando cerca de R$2,3 milhões através de lavagem de dinheiro com uma loja de chocolates e negociações de imóveis.