PF contraria Promotoria e livra Flávio Bolsonaro de crimes

Polícia Federal ignorou as suspeitas da Promotoria sobre falsidade ideológica e lavagem de dinheiro do filho de Bolsonaro

O senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ) se livrou de dois crimes depois que a Polícia Federal concluiu não haver indícios de que ele tenha cometido lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.

Nos próximos dias, a PF entregará à Justiça inquérito eleitoral que investiga tanto as negociações de imóveis feitas pelo filho do presidente Jair Bolsonaro como a sua declaração de bens na eleição de 2018.

Para o MP, Flávio Bolsonaro é chefe de organização criminosa que desviava dinheiro
Créditos: reprodução/Instagram
Para o MP, Flávio Bolsonaro é chefe de organização criminosa que desviava dinheiro

O Ministério Público do Rio de Janeiro, que apura a prática da “rachadinha” no gabinete de Flávio Bolsonaro na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), quando ele era deputado estadual, aponta em outra direção.

Segundo a Promotoria, o filho de Bolsonaro lavou até R$ 2,3 milhões com transações imobiliárias e com sua loja de chocolates, aponta reportagem da jornalista Camila Mattoso, publicada na edição desta segunda-feira, 3, da Folha de S.Paulo.

Entenda o caso

Em dezembro, Ministério Público do Rio de Janeiro apontou Flávio Bolsonaro como “chefe de uma organização criminosa que desviava dinheiro da Alerj”.

Os promotores detalharam o suposto esquema de corrupção e identificaram pelo menos 13 assessores que repassaram parte de seus salários ao ex-assessor de Flávio Balsonaro, Fabrício Queiroz.

O Ministério Público diz que “as provas permitem vislumbrar que existiu uma organização criminosa com alto grau de permanência e estabilidade, entre 2007 e 2018, destinada à prática de desvio de dinheiro público e lavagem de dinheiro”.

Os promotores do caso afirmam que Fabrício Queiroz recebeu 483 depósitos na conta bancária, mais de R$ 2 milhões, e ainda dizem o seguinte: “Fabrício Queiroz não agiu sem o conhecimento de seus superiores hierárquicos, já que ele próprio alegou em sua defesa que retinha os contracheques para prestar contas a terceiros”.