PM usa bombas de gás para dispersar foliões na Praça Roosevelt

Nesta terça-feira (28), a Polícia Militar usou bombas de gás e de efeito moral para dispensar foliões que curtiam o Carnaval nas imediações da Praça Roosevelt, na região central de São Paulo.

No momento da confusão, se reunia uma multidão vinda de diversos blocos, como SP Beats e Jegue Elétrico, além de outras pessoas que tinham ido à praça. Segundo o jornal Estadão, a PM diz que atendeu chamado da vizinhança de “perturbação de sossego” e que os policiais foram recebidos a garrafadas. Ainda de acordo com a polícia, duas viaturas foram danificadas.

A jornalista Fernanda Beirão, 27 anos, testemunhou a confusão. “A praça estava um pouco mais cheia do que a média aos fins de semana. Tinham pessoas sentadas, conversando, como sempre. Mas sem briga, nada. Tinha gente vendendo pizza, chocolate, cerveja, tudo normal”, disse ao Catraca Livre.

Quando ela já estava indo embora, as primeiras bombas foram lançadas. “Muita gente correu pra se abrigar nos bares em torno da praça. Algumas pessoas começaram a gritar ‘fora PM’, mas a maioria pediu para elas pararem para não irritar os policiais”.

No Twitter, o ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha, reclamou da atitude da PM. “Absurdo! Uso de bombas para dispersar pessoas na Praça Roosevelt agora. Em plena terça-feira de Carnaval. Da minha casa, ouvi pelo menos dez explosões”, relatou.

Dispersão de foliões em outras cidades

Medidas semelhantes foram tomadas em outras cidades neste Carnaval. Na terça-feira (28), na Praça da Estação, em Belo Horizonte (MG), policiais dispersaram cerca de 20 mil foliões usando bombas de gás lacrimogêneo. Eles informaram que houve uma “briga generalizada”.

Em Campo Grande (MS), na noite de terça-feira (28), a PM também usou bombas de gás e de efeito moral para dispensar uma multidão que se aglomerou próximo ao tradicional bloco “Cordão da Valu”.

Segundo a PM, os foliões estavam “obstruindo o trânsito” após o horário determinado para o encerramento da festa.

  • Veja também: #FomeDeViver é o nome da campanha divulgada nas redes sociais para denunciar abusos policiais cometidos nas favelas e morros do Rio de Janeiro. Saiba mais sobre o projeto aqui.