PMs confundem saco de pipoca com drogas e matam adolescente no RJ

"Meu neto foi assassinado por PMs que não deveriam estar usando a farda. É mentira deles, não houve confronto algum", ressalta avô de Jhonata, morto com um tiro na cabeça na noite da última quinta-feira, 30

01/07/2016 16:47

– Jovem negro tem 2,5 mais chance de ser assassinado no Brasil
– Um jovem negro é assassinado a cada 23 minutos no Brasil
– No Brasil, 68% das mortes violentas são de negros

Três semanas, quatro mortes motivadas pela violência policial. Um suposto tiroteio entre policiais militares e criminosos na região da UPP Borel, na Zona Norte do Rio, resultou na morte de um adolescente de 16 anos na noite da última quinta-feira, 30 de junho. Jhonata Dalber Mattos Alves foi baleado por um policial com um tiro na cabeça e chegou a ser levado para o Hospital Federal do Andaraí, mas não resistiu.

Vítima da violência policial, jovem de 16 anos se torna estatística do genocídio da população negra e pobre do Brasil
Vítima da violência policial, jovem de 16 anos se torna estatística do genocídio da população negra e pobre do Brasil

Em entrevista ao jornal Extra, Janaina Mattos, 32 anos, defende o filho que havia saído para buscar pipoca com uma vizinha quando foi baleado. Os moradores acusam os PMs de confundirem o pacote com drogas e atirarem no jovem. “Meu filho era estudante, ele só foi buscar um saco de pipoca. Minha vida acabou”.

Moradores negam que estivesse havendo um confronto no momento em que ele foi atingido.”Deram só um tiro. Um colega que estava junto pediu para não atirarem nele depois que mataram o Jonathan” disse a dona da casa onde o rapaz havia ido buscar pipoca.

Após o assassinato de Jhonata, moradores iniciaram um protesto pelas ruas da comunidade. A via foi fechada durante alguns minutos, e vários carros chegaram a retornar na contramão.

Violência policial faz nova vítima em SP