Polícia cumpre mandado de busca e apreensão na casa de Margarida Bonetti
A "mulher da casa abandonada" estava no local, mas não liberou acesso aos policiais, que tiveram que arrombar uma janela
A polícia cumpriu um mandado de busca e apreensão no imóvel da “mulher da casa abandonada”, Margarida Bonetti. Foi necessário arrombar a janela pra entrar no local.
A ação faz parte de inquérito aberto pela Polícia Civil para investigar se ela sofre de distúrbio psiquiátrico e se foi vítima de abandono de incapaz. Margarida retornou ao Brasil para morar na mansão de Higienópolis, bairro nobre da capital paulista, depois de ser acusada de ter mantido uma empregada em condições análogas à escravidão entre 1970 e o inicio dos anos 2000 nos EUA.
Os investigadores do 4º Distrito Policial estavam no local com peritos para verificar se é possível constatar o crime. Condições de higiene, edificação e condições sanitárias são os itens levados em consideração no inquérito.
- Descubra como aumentar o colesterol bom e proteger seu coração
- Entenda os sintomas da pressão alta e evite problemas cardíacos
- USP abre vagas em 16 cursos gratuitos de ‘intercâmbio’
- Psoríase: estudo revela novo possível fator causal da doença de pele
Margarida está no local, no entanto não garantiu acesso ao imóvel. Por isso, os agentes policiais tentaram inicialmente arrombar a porta da casa, sem sucesso. Só conseguiram entrar na mansão através de uma janela, que precisou ser aberta forçadamente. Duas policiais foram as primeiras a entrar na casa que, logo após, abriram a porta.
A área continua isolada, acessível apenas para os policiais e imprensa, mas não podem passar do portão. Policiais que estavam no local relataram que Margarida discutiu com os agentes. “A casa é uma fortaleza”, disse Margarida.
De acordo com o delegado Marcelo Palhares, a polícia verifica também se existe condições para habitação do imóvel. “Constatamos na investigação energia elétrica ligada, água e luz funcionando, com contas sendo pagas. Então presume-se ambiente (para moradia)”.
Em depoimento registrado no dia 11 de junho, Rosa Vicente de Azevedo, irmã de Margarida, negou que Margarida possua “problema de ordem mental” e se apresentou como responsável pelo sustento da irmã, incluindo alimentação, vestuário, calçados, dinheiro para compras e locomoção.
Ela falou ainda que Margarida deixou a mansão por medo depois que a janela do imóvel foi atingida por um tiro. Segundo o relato, houve uma escalada de violência em frente à mansão após o sucesso do podcast de Chico Felitti para a Folha de S.Paulo.
“Em certo dia, ocorreu um disparo de arma de fogo que atingiu uma das janelas”, falou a irmã. A ida da polícia ao imóvel também acontecer para analisar se, de fato, houve o disparo.
Conforme disse Rosa, a irmã não se feriu no ataque e abandonou a casa após o incidente. “Margarida não se encontra mais na residência, pois está temerosa pela sua vida e integridade física”, complementou.
Ela também foi perguntada sobre a relação da irmã com a empregada, vítima de condição análoga à escravidão.
“Margarida nunca teve nenhum tipo de desavença com sua secretária do lar [como se referiu à mulher mantida em condições análogas à escravidão]. Muito pelo contrário, pois sempre se deram muito bem e [Margarida] a tinha como um membro de sua própria família.”
https://twitter.com/choquei/status/1549850009046245377
https://twitter.com/choquei/status/1549848716160516098