Polícia da Escócia mostra James Bond como abusador sexual em campanha

"007 é basicamente uma praga sexual e comete crime sexual em várias ocasiões, valendo-se de força física contra personagens femininas"

17/10/2021 16:05

Herói para muitas gerações, James Bond é mostrado como vilão em campanha da polícia escocesa contra abusos sexuais. “Don’t Be That Guy” (“Não seja esse cara”, em tradução livre) procura conscientizar os homens para combater a cultura do estupro e do assédio sexual no país.

Polícia da Escócia mostra James Bond como abusador sexual em campanha
Polícia da Escócia mostra James Bond como abusador sexual em campanha - Reprodução

Segundo a campanha, “o espião fictício é notório por seu interesse em mulheres e tem um problema real quando se trata de entender consentimento.”

“Em filmes mais antigos, 007 é basicamente uma praga sexual e comete crime sexual em várias ocasiões, valendo-se de força física contra personagens femininas.”

007 protagonizou diversas cenas que glamourizavam a violência contra a mulher, fortalecendo a ideia criminosa de que o “não” pode ser um “sim”.

Além de James Bond, Glenn Quagmire, de “Family Guy”, e Biff Tannen, de “De volta para o futuro”, também são mostrados como exemplos de predadores sexuais e de masculinidade tóxica.

Como denunciar um “James Bond”

No Brasil, o Código Penal estabelece, no seu artigo 215-A, como importunação sexual “praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro”. E prevê uma pena de reclusão de 1 a 5 anos, em caso de condenação. Em razão dessa pena máxima estipulada em lei, acusados desse crime podem, em tese, ser presos em flagrante.

Nos crimes contra a dignidade sexual (como o estupro e a importunação sexual) é necessário fazer o boletim de ocorrência para que as investigações ocorram e, mais a frente, o Ministério Público possa acusar o agressor. Não há mais a necessidade da chamada “representação” (manifestar o desejo de ver o agressor processado) para esse tipo de crime. Ainda assim, apesar do Ministério Público ser o responsável por processar o agressor, a vítima pode buscar assessoria jurídica para ter apoio e se sentir segura durante todos os procedimentos necessários.

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