Polícia investiga seguranças após morte de adolescente no Habib’s
Com informações do "Estadão"
O adolescente João Victor Souza de Carvalho, de 13 anos, morreu na madrugada desta segunda-feira, dia 27, ao ter uma parada cardiorrespiratória após ser perseguido por seguranças da rede de fast-food Habib’s na Vila Nova Cachoeirinha, zona norte de São Paulo, segundo a família da vítima.
Diante do ocorrido, a Polícia Civil vai investigar a ação dos funcionários, que teriam agredido o garoto após ele pedir dinheiro para um cliente na porta do local. Ele morreu antes de chegar ao Hospital do Mandaqui.
De acordo com informações do “Estadão“, representantes da unidade do Habib’s disseram aos policiais do 13.º DP (Casa Verde) que o menino era conhecido por pedir dinheiro e comida aos clientes. Mas, naquela noite, ele estaria “importunando os clientes, inclusive com um pedaço de madeira”.
Os representantes, um gerente e um supervisor, ainda afirmaram que, quando os seguranças foram repreendê-lo, o garoto “saiu correndo e, neste instante, teve um mal súbito”. Em seguida, o adolescente caiu na rua, segundo esta versão.
Naquele momento, o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar foram acionados por moradores, mas quando chegaram ao estabelecimento a vítima já havia sido levado pela unidade de resgate. O menino morreu no caminho do hospital.
Os bombeiros informaram que o adolescente não apresentava sinais de agressão. Em ofício encaminhado à polícia, os médicos relataram que o óbito “se deu por causa desconhecida”. O Instituto Médico-Legal (IML) vai fazer um laudo para esclarecer a causa da morte.
João Victor foi enterrado nesta terça-feira, dia 28, no Cemitério da Vila Cachoeirinha. A mãe dele, Fernanda Cassia de Souza, contou ao jornal que o filho sempre ficava na porta do Habib’s para pedir moedas para clientes, mesmo contra a vontade dos pais.
“Quando ele saía de casa, era certeza que o encontraríamos lá. Ele nunca agrediu ninguém, nunca roubou e, por isso, nunca foi preso. É muito estranho falarem que ele teve mal súbito, pois tinha a saúde perfeita”, disse ao jornal.
Em nota enviada ao Catraca Livre, a assessoria de imprensa do Habib’s informou que “continua apurando os fatos da lamentável ocorrência em uma de suas unidades franqueadas”. Veja o comunicado abaixo:
“A franqueadora leva em consideração as informações relatadas pelos funcionários da unidade franqueada, presentes no momento da ocorrência, bem como os relatos registrados em B.O.
A polícia foi acionada assim que verificaram que a conduta do menor estava incontrolável, ameaçando o patrimônio físico da loja e dos clientes.
Diante do estado do jovem, imediatamente, também o resgate foi acionado. E todas as orientações, por ele passadas, foram seguidas para garantir o devido socorro ao jovem, que, infelizmente, veio a falecer a caminho do hospital.
A Rede esclarece, ainda, que vai cooperar com as investigações, se empenhando em esclarecer todos os detalhes do ocorrido com prioridade.”
- Um jovem negro é assassinado a cada 23 minutos no Brasil. Em 2016, outro caso chocou o país: policiais militares confundiram um saco de pipoca com drogas e mataram um adolescente no Rio de Janeiro. Relembre o caso aqui.