Polícia prende funcionária do Carrefour envolvida na morte de João Alberto

Em um dos vídeos que registraram o espancamento, Adriana Dutra aparece filmando a cena

24/11/2020 18:59

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul prendeu no fim da tarde desta terça-feira, 2, uma funcionária do Carrefour por envolvimento no espancamento e morte do soldador João Alberto Freitas, 40 anos, em Porto Alegre..

Adriana Alves Dutra é responsável pela segurança da loja e aparece nas imagens ao lado dos dois seguranças que espancaram João Alberto até a morte na noite da última quinta-feira, 19.

Funcionária que cuida da segurança da loja do Carrefour disse em depoimento que não ouviu gritos de socorro de João Alberto
Funcionária que cuida da segurança da loja do Carrefour disse em depoimento que não ouviu gritos de socorro de João Alberto - Reprodução/TV Globo

Em um dos vídeos que registraram o espancamento de João Alberto, Adriana aparece filmando a cena. Um motoboy que gravou o crime aparece sendo ameaçado pela funcionária da Carrefour.

Em entrevista coletiva, a delegada responsável pelo caso, Vanessa Pitrez, afirmou que Adriana teve participação decisiva nas agressões, já que ela teria poder de comando sob os dois seguranças do estabelecimento.

Magno Braz Borges, 30 anos, e Giovane Gaspar da Silva, de 24, que é PM temporário, foram presos em flagrante na noite do crime.

Filha de João Alberto desabafa no enterro do pai assassinado no Carrefour
Filha de João Alberto desabafa no enterro do pai assassinado no Carrefour - Reprodução/Twitter

Uma das contradições seria sobre o PM temporário Geovane Gaspar da Silva, que num primeiro momento Adriana afirmou ser um cliente da loja, mas os investigadores constataram que ele era funcionário da empresa de segurança contratada pelo supermercado.

“Resta até o final do inquérito [saber] se essas contradições foram motivadas por algo que se queria encobrir ou não”, afirma a delegada Roberta Bertoldo, ao G1.

Adriana também disse à polícia que não ouviu João Alberto pedir por ajuda, mas nas gravações registradas por outros clientes mostram que é possível ouvir os gritos do soldador por diversas vezes.

Adriana também disse em depoimento que pediu várias vezes para que os seguranças largassem João, no entanto, as gravações mostram apenas ela tentando impedir que os clientes gravassem as agressões.