Policiais investigados pelo assassinato de João Pedro mudaram versões

Laudo aponta que o adolescente foi morto com um tiro nas costas e novos depoimentos levam a crer que a bala saiu de uma das armas dos policiais

30/05/2020 12:55

De acordo com o jornal Extra, os três policiais civis investigados pelo assassinato do adolescente João Pedro Mattos Pinto, de apenas 14 anos, mudaram as versões que deram sobre a quantidade de disparos feitos por eles no dia do crime. Primeiramente, os agentes disseram que, juntos, deram 23 tiros. Uma semana depois, no último dia 25, eles voltaram à Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI), e afirmaram que atiraram um total de 64 vezes no dia do homicídio.

Os novos relatos dos policiais foram prestados após a polícia concluir e divulgar que João Pedro foi morto com um tiro dado em suas costas, por uma bala disparada por um fuzil calibre 556, segundo laudo cadavérico da Polícia Civil do Rio de Janeiro. A bala é a mesma utilizada pela PM durante a operação.

Um dos agentes — justamente o que ia à frente dos demais na incursão e fez mais disparos — admitiu, em seu segundo relato, que atirou com um fuzil calibre 556. No primeiro depoimento que prestou, logo após o crime, o policial disse que só havia usado um fuzil Parafal calibre 762, com o qual teria atirado dez vezes. Já no segundo relato, ele afirmou ter dado 31 tiros no dia do crime: 15 com o fuzil 762 e outros 16 com a arma calibre 556.

João Pedro Mattos Pinto foi morto durante operação policial em São Gonçalo
João Pedro Mattos Pinto foi morto durante operação policial em São Gonçalo - Reprodução

De acordo com a nova versão do agente, os disparos com o fuzil calibre 762 foram feitos quando ainda estava a bordo de um helicóptero sobrevoando o Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo. Já o fuzil 556 passou a ser utilizado após o desembarque da aeronave, quando o policial invadiu a casa onde João Pedro brincava com cinco amigos.

No novo depoimento, o policial disse que errou no primeiro relato porque usava o fuzil 556 como “backup” em caso de pane da outra arma que levava, o fuzil 762. Ele afirmou que percebeu o erro após voltar para a base da Core e contar os cartuchos que haviam sobrado. Veja mais sobre os novos relatos no site do Extra.